Taxonomia e Sistemática
Taxonomia
A Taxonomia define os
grupos de organismos biológicos com base em características comuns e dá nomes a
esses grupos. Os grupos podem ser agregados para formar um super grupo, criando
uma classificação hierárquica.
- Origem da Taxonomia:
Desde a antiguidade, os seres humanos buscam
conhecer, entender e estudar os mais diversos animais do planeta. No entanto, uma
das principais dificuldades sempre foi a quantidade de diferentes espécies que
existiam (os números ultrapassam os milhões). Assim, visando uma melhor compreensão
desse mundo, cientistas e estudiosos buscaram dividir os seres em grupos com
semelhanças e afinidades, visando facilitar essa tarefa.
Um dos primeiros a classificar os organismos
foi o filósofo grego Aristóteles (382-322 a.C), que separou os animais em aéreos, terrestres e aquáticos, usando
como critério o ambiente em que viviam. Considerava, ainda, os animais com
sangue e sem sangue, e os animais úteis e os nocivos. Isto é, a sua
classificação era condizente com o que se via na época, mas era
consideravelmente ampla, quando comparada com as classificações mais modernas.
Quando nos referimos às “classificações
modernas”, chegamos ao nome Carl Nilsson Linnaeus (1707-1778). Carl, médico
sueco que também era zoólogo e botânico, é considerado atualmente como Pai da
Taxonomia Moderna, uma vez que foi o criador da classificação biológica atual,
contida na sua obra “Systema Naturae”.

Linnaeus foi o criador do conceito de
espécie, e atribuiu a esse conceito a característica de táxon mais básico na
classificação biológica. Além da “espécie”, temos como etapas dessa
classificação: Espécie – Gênero – Família – Ordem – Classe – Filo – Reino
(Reino, como sendo o mais coletivo, e Espécie, como sendo o mais individual).


-
Conceito de espécie de Linnaeus:
Foi estabelecido que, para indivíduos
serem considerados da mesma espécie, estes teriam de possuir uma semelhança
morfológica (nível bioquímico, fisiológico, DNA); ocorrer em uma mesma área, a
um mesmo tempo; gerar prole fértil após cruzamento; estar isolados reprodutivamente de outros grupos (diferença
cromossômica, distância entre eles – isolamento, dentre outros fatores); e,
possuir idêntico cariótipo.
Por exemplo, um cão e uma cadela, ao se
cruzarem, geraram uma prole fértil (temos, assim, o conceito de espécie). O que
não ocorre quando um equino cruza com um asinino, gerando uma mula, que é
estéril (nesse caso, o termo de espécie não está presente).
-
Nomenclatura Binominal:
Além de definir o conceito de “espécie”,
foi Linnaeus quem, ainda, estabeleceu as regras de nomenclatura que usamos para
definir e diferenciar precisamente cada espécie presente no nosso planeta. Tais
regras foram:
1) O
nome das espécies tem de ser BINOMINAL, sendo que a primeira palavra refere-se
ao Gênero do animal (escrito com
inicial maiúscula), e a segunda, à Espécie
(escrita com inicial minúscula, é o epíteto específico, que pode
representar uma característica própria daquele indivíduo, como a sua
localização, organização corporal, dentre outros).
Ex: Felis catus (gato)
2)
Todo nome que é binominal, tem de ser escrito em latim ou latinizado.
Ex: Homo sapiens (ser humano)
3)
Quando o nome for digitado, tem de ser posto em itálico e, quando for
manuscrito, tem de ser sublinhado.
4)
Formação do nome de táxon superior ao nível família: Animais – terminação
“idae” e, vegetais – terminação “aceae”
Ex: canidae - cão; passifloceae – uma
agioesperma.
5)
Sub-espécie: escrita em letra minúscula ao lado da espécie; Sub-gênero: escrito
com inicial maiúscula ao lado do gênero e entre parênteses.
Ex: Rhea americana Alba; Anopheles
(Nyssorhinchus) darling.
- Classificação de dois taxa (exemplos):


Sistemática
A
Sistemática é a área da Biologia dedicada a inventariar e descrever a
biodiversidade, e compreender as relações filogenéticas entre os organismos.
Inclui a Taxonomia (classifica as
espécies) e a Filogenia (estuda as
relações evolutivas entre os organismos).
Ela busca conhecer melhor os seres
vivos, e para isso, os agrupa em categorias taxonômicas ou táxons, que usufrui
para identificar e catalogar as espécies. Além disso, ela investiga as relações
de parentesco evolutivo entre as espécies atuais e seus antepassados,
utilizando conhecimentos das mais diversas áreas, como a genética e a biologia
molecular.
O entendimento do mundo através dessa área
pode ser relacionado, então, com o estudo da evolução das espécies, desde os
tempos mais primórdios até a atualidade. Tal concepção pode ser percebida na
antiguidade, com os estudos e obras de Charles Darwin, nas quais o mesmo tenta
explicar a origem das espécies que conhecemos.
A partir
dessa idéia de evolução, podemos chegar a conceitos como “cladística” ou “sistemática
filogenética”, que dizem que a evolução dos seres vivos é resultante de dois
processos diferentes de especiação: a Cladogênese e a Anagênese.
-
Anagênese:
Processo em que uma espécie origina outra,
mas não permanece convivendo com esta, isto é, uma espécie origina outra e
desaparece com o tempo.

-
Cladogênese:
Processo de evolução que compreende a ramificação
filogenética. Nele, uma espécie origina outra, mas não desaparece com o tempo.
Como apresentado na imagem
acima, um dos principais artifícios da cladogênese para representar a evolução
é o “cladograma”, onde estão apresentadas as características comuns e as que
diferem umas espécies das outras no processo evolutivo.
-
Reinos:
Desde a Antiguidade, diversos modos de
classificação dos seres vivos foram propostos a fim de facilitar o estudo sobre
os organismos e de se compreender suas relações evolutivas. Os critérios
utilizados para agrupá-los são variados, o que faz com que esses sistemas sejam constantemente modificados e
aprimorados.
Todavia, foi em 1969 que surgiu o sistema de cinco reinos proposto por Whittaker, no qual foram estabelecidos os reinos Monera, Metazoa, Plantae, Fungi e Protista, que são os mais utilizados atualmente para que seja efetuada uma diferenciação entre os seres.


- Bibliografia:
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