Reino Protoctista
Reino Protoctista
Geral
1. Origem
Protoctista: "primeiro a ser gerado".
Os
protozoários constituem um grupo de eucariontes com cerca de 20 mil espécies. É
um grupo diversificado, heterogêneo, que evoluiu a partir de algas
unicelulares. Em alguns casos essa origem torna-se bem clara, como, por exemplo,
no grupo de flagelados. Há registro fóssil de protozoários com carapaças
(foraminíferos) que viveram há mais de 1,5 bilhão de anos, na Era Proterozóica.
Grandes extensões do fundo dos mares apresentam espessas camadas de depósitos
de carapaças de certas espécies de radiolários e foraminíferos.
2. Um reino polifilético
Em
Biologia Evolutiva, um grupo polifilético é um grupo constituído por indivíduos
que compartilham determinados caracteres, porém, essas características não são
partilhadas entre eles pela existência de relações de parentesco, mas sim, são
características que resultaram do desenvolvimento de estruturas análogas, por
um processo de convergência adaptativa. Assim, essas características teriam
surgido nos indivíduos do agrupamento polifilético sem que isso esteja
relacionado com relações de ancestralidade comum entre os indivíduos.
O reino dos Protistas é considerado polifilético por ser um agrupamento
que inclui uma imensa diversidade de organismos que não podem ser incluídos nos
restantes reinos, e têm em comum o fato de serem seres eucarióticos,
unicelulares, ou pluricelulares com uma estrutura simples e sem
diferenciação celular. Do ponto de vista evolutivo, trata-se também de um
grupo polifilético, ou seja, o reino não inclui todos os descendentes de
um mesmo ancestral, nem todos os indivíduos estão ligados por "laços" de
ancestralidade.
Protozoa
1. Características gerais
São organismos unicelulares com tamanho entre 2 micrômetros e 1 milímetro. A maioria é aquática e vive em água doce, água salgada, regiões lodosas e terra úmida. São eucarióticos, unicelulares e heterotróficos
Sendo heterotróficos, se alimentam tanto de matéria orgânica de cadáveres, como de microrganismos vivos (bactérias, dentre outros).
Podem, ainda, ser parasitas ou não (de vida livre), possuem vacúolos contráteis (regulação osmótica) e possuem, ou não, flagelos.
2.Classificação dos protozoários
Filo Rhizopoda (Amebas)
- Célula flexível, sem estruturas de sustentação;
- Locomoção e captura de alimentos por meio de pseudópodes;
- Há espécies de vida livre (Amoeba proteus - água doce) e parasitas (Entamoeba histolyca - habita o intestino humano);
- Algumas espécies formam carapaças, ou testas, sendo genericamente chamadas de Tecamebas.
- Apresentam pseudópodes afilados, ou axópodes;
- Radiolários: são dotados de uma cápsula central de sustetação (quitinosina); seu citoplasma contém muitos vacúolos que armazenam óleos, importantes como reserva natricional e flutuação; muitos deles abrigam zooxantelas (algas endossimbióticas), que são responsáveis por boa parte do alimento obtido por esses seres, embora estes possam obter alimento por fagocitose; são exclusivamente marinhos;
- Heliozoários: são esféricos e podem ou não ser dotados de estruturas esqueléticas; não apresentam a cápsula central dos radiozoários; adquirem alimento por fagocitose; maioria vivem em água doce.
- Esqueleto perfurado, externo à célula (quitinoso ou de carbonato de cálcio);
- Pseudópodes projetam-se pelos furos da carapaça (captura de alimento);
- Muitas espécies flutuam, compondo parte importante do plâncton, enquanto outras espécies vivem sobre algas e animais eou rastejam no fundo;
- Maioria vive no mar;
- O depósito de carapaças mortas no fundo marinho ao longo dos anos deu origem à rochas sedimentares.
- Não apresentam estruturas locomotoras;
- Protozoários parasitas;
- Possuem, em alguma etapa da vida, a estrutura denominada Complexo Apical, responsável pela entrada do ser unicelular na célula hospedeira;
- Exemplos: Apicomplexo - Plasmodium vivax (malária), Esporozoário - Taxoplasma gondii (taxoplasmose).
- Apresentam flagelos que permitem a natação (espécies livre-natantes) ou a captura de alimento (espécies sésseis);
- Podem apresentar um, dois, ou, até mesmo, dezenas de flagelos;
- Podem viver no meio aquático (no mar e em água doce);
- Muitas espécies são parasitas;
- Exemplos: Codosipa sp. (vida livre - água doce); Tryoanosoma cruzi (pasarisa - doença de Chagas).
- Apresentam cílios que permitem a natação (espécies livre natantes) ou a captura de alimento (espécies sésseis);
- Têm dois núcleos celulares (macronúcleo e micronúcleo);
- A maioria das espécies têm vida livre;
- Exemplo: Paramecium sp. (ciliado de água doce).
- Reprodução Assexuada
A maioria dos protozoários de vida livre se reproduz por Divisão Binária. A célula cresce até determinado tamanho e dividi-se ao meio, originando dois novos indivíduos.
- Reprodução Sexuada
O Paramécio possui um processo diferente, a Conjugação que, apesar de não aumentar diretamente o número de indivíduos, promove a recombinação genética.
Nos Esporozoários geralmente há alternância entre formas sexuadas e assexuadas. Muitas espécies são capazes de produzir esporos resistentes que infestam o hospedeiro.
4. Importância dos protozoários
Podem atuar como indicadores ambientais (como está o local/ambiente a partir da presença de protozoários); são importantes "decompositores"; servem de alimento para animais marinhos; realizam associações com outros organismos, em que ambos saem beneficiados (mutualismo); ao morrerem, aqueles constituídos de carapaças minerais deixam estes "esqueletos" no fundo dos mares e oceanos, contribuindo para a formação de rochas sedimentares e encaminhando a busca pelo petróleo por parte dos geólogos, uma vez que os dois (rochas sedimentares e petróleo) "andam juntos".
Algas
1. Características gerais das algas
As algas são seres eucarióticos, unicelulares ou
multicelulares (colônias), e autotróficos fotossintetizantes (seres
clorofilados). Elas vivem na água (no mar ou em água doce) e em terra firma, exclusivas
de superfícies úmidas.
Assim como as bactérias, a maioria das algas possui
parede celular. Em quase todas, as paredes celulares são constituídas de
celulose, que pode estar associada a mais substâncias, como a algina, o dióxido
de silício, ágar, dentre outras.
Tratando das algas “multicelulares” que são, no
caso, as colônias, formam estruturas compactas que se destacam no ambiente em
que vivem, uma vez que se assemelham a partes de plantas (caule, folha, etc).
Esses aglomerados constituem o Talo da
alga.
Algo ainda a ressaltar é que nem todas as algas têm a
mesma quantidade e o mesmo tipo (em relação a tamanho e “especialidade”) de
cloroplastos. Cada uma pode apresentar desde um cloroplasto grande até muitos
cloroplastos pequenos, constituídos de diferentes pigmentos (clorofilas,
xantofilas, carotenos, fucoxantina, dentre outros), que ajudam a classificar as algas.
2. Classificação das algas
Filo
Chlorophyla (algas verdes ou clorófitas)
É um dos filos mais diversificados (8.000 espécies identificadas), com espécies unicelulares ou multicelulares.
Possuem coloração pouco variada, abrangendo desde o verde intenso a tons de
verde acinzentado ou acastanhado, em virtude dos pigmentos, que podem ser
carotenos e diversos tipos de xantofilas.
Tal filo apresenta, em sua maioria, espécies marinhas e de água doce, mas podendo ter espécies terrestres, encontradas em ambientes úmidos (barrancos, por exemplo). Tais espécies possuem parede celular composta de celulose e o amido como substância de reserva.
Elas podem, ainda, viver em associação com fungos (formando os líquens) e cnidários, processo chamado endossimbiose (as algas, situadas dentro do cnidário, fazem fotossíntese e fornecem certas substâncias a cnidário, e este, por sua vez, garante abrigo e nutrientes para estas algas).
· Filo
Phaeophyta (algas pardas ou feófitas)
As
espécies desse filo são todas multicelulares e vivem no mar. Podendo atingir
cerca de 60 metros de comprimento, aglomerações dessas algas tornam-se
verdadeiras florestas submersas, que servem de abrigo às mais variadas
espécies de animais.
Possuem
cores que vão do bege-claro ao marrom-amarelado. Suas paredes celulares são
compostas de celulose, algina e, em algumas espécies, carbonato de cálcio. Possuem óleos e laminarina como substâncias de reserva, e apresentam clorofila a e c.
Filo
Rhodophyta (algas vermelhas ou rodófitas)
As rodófitas são as algas vermelhas que vivem
nas águas marinhas. Existem,
aproximadamente, seis mil espécies de algas vermelhas, sendo que apenas 165 são
de água doce, sendo maioria das espécies multicelular.
Possuem pigmentos fotossintetizantes de cor vermelha
(ficoeritrina), carotenoides, clorofila a, duas paredes celulares e sua
reprodução pode ser sexuada ou assexuada, dependendo da espécie. Muitas
espécies de algas vermelhas secretam carbonato de cálcio, que atuam na formação
de recifes de corais.
Possuem, também, clorofila a e d, o Amido das florídeas como substância de reserva, apresentam talo feralmente ramificado, tendo base fixadora no substrato e sua coloração agrange tons que vão do vermelho ao roxo-escuro, quase preto.
Filo Charophyta (carófitas) - "musgos pétreos"
Os
membros deste grupo são espécies de organismos multicelulares,
foto-autotróficos, que utilizam as clorofilas a e b, sendo como pigmentos
caroteno e xantofilas. Armazenam amido. A parede celular contém celulose e, na
maioria dos casos, também carbonato de cálcio (o que as atribui a característica de "pétreas"). A coloração varia entre o verde
e o castanho.
Os
membros deste agrupamento apresentam mitose do tipo aberto e fusos mitóticos
persistentes. A divisão celular desenvolve-se através do ficoplastos, com
alguns grupos a apresentarem também fragmoplastos na formação da parede
celular.
Todos
os membros do agrupamento Charophyta apresentam uma fase vegetativa não dotada
de motilidade. Alguns grupos têm células polinucleares. A reprodução sexual é
comum, mas pode estar ausente. As espécies sexuais apresentam a alternância
de gerações como porocesso reprodutivo.
Filo Euglenophyta (euglenófitas)
Este filo apresenta
cerca de 900 espécies e engloba seres que vivem em água doce rica em matéria
orgânica e em ambiente marinho. Todos os representantes são unicelulares livre-natantes. A maior parte desses seres é heterotrófica, eles alimentam-se
principalmente de partículas sólidas encontradas na água e de compostos
orgânicos nela dissolvidos.
Outros representantes
das euglenófitas possuem cloroplastos e são capazes de realizar o processo de
fotossíntese. No interior dos cloroplastos, encontramos clorofila do tipo a e
b, além de alguns tipos de carotenoides. A substância de reserva das
euglenófitas é o paramilo.
Esses organismos não apresentam parede celular e, sim, uma película flexível. Em geral, apresentam flagelos (locomoção).
Certas espécies possuem uma estrutura pigmentada, o Ocelo/Estigma (situado perto do flagelo) capaz de receber a luminosidade do ambiente e orientar os organismos à luz, para que possam executar a fotossíntese.
Filo
Dinophyta (dinoflagelados)
Seres unicelulares, há raros representantes filamentosos,
coloniais, ameboides ou cocoides. apresentam dois flagelos (biflagelados), um
deles se posiciona em um sulco localizado na porção mediana, enquanto que o
outro situa-se perpendicularmente. Desta forma, o movimento destes flagelos faz
com que os dinoflagelados girem como um peão.
Algumas
espécies não possuem flagelos, apenas em suas células reprodutoras. Outra
característica peculiar é a presença de tecas que são placas celulósicas
rígidas e estão situadas no interior de vesículas sob a membrana plasmática.
A célula deles é revestida por celulose (parede celular), formando uma armadura, chamada de Lórica, que pode, ou não, conter sílica.
Reprodução: Assexuada (divisão simples) e sexuada (fusão de duas células).
Algumas espécies são conhecidas como Zooxantelas, que vivem dentro de células de protozoários e de certos animais marinhos (cnidários, platelmintos e moluscos), é a chamada Endossimbiose.
Filo
Bacillariophyta (diatomáceas)
As
diatomáceas são unicelulares ou coloniais; os flagelos são ausentes, mas podem
aparecer em gametas; a substância de reserva energética é um polissacarídeo
solúvel em água, a crisolaminarina e outro tipo são os lipídios, estocados em
vacúolos e que auxiliam na flutuação. A parede celular é constituída por valvas em duas metades, as Frústulas, que se sobrepõem e são compostas por sílica opalina polimerizada,
com aberturas para se conectarem ao meio externo.
Diatomáceas cêntricas: possuem
simetria radial, cuja proporção superfície/volume é maior que as penadas e, por
isso, flutuam com maior facilidade, se tornando abundantes em ambientes
marinhos e lagos.
Acumuladas ao longo dos tempos, suas carapaças formam camadas rochosas.
Filo
Chrysophyta (crisófitas ou algas douradas)
As
algas crisófitas são, na maior parte unicelulares e abundantes em meios marinhos e de águas
continentais. Fazem parte desta divisão as algas douradas, as diatomáceas e as
xantofíceas, todas parte fundamental do fitoplâncton e base das cadeias
alimentares aquáticas.
A
grande maioria apresenta flagelos mas algumas deslocam-se com a ajuda de
pseudópodes e fagocitam bactérias, o que as torna muito semelhantes aos
rizópodes, de que parecem ser aparentadas. A única forma de os diferenciar
consiste na presença de cloroplastos nestas algas. Podem ser, também, imóveis (formas coloniais, sendo filamentosas ramificadas ou não).
3. Reprodução das algas
- Reprodução Assexuada
ex: Euglenoides, que duplicam o núcleo, os flagelos e dividem-se longitudinalmente. Certas diatomáceas têm uma divisão binária peculiar: ao se dividir, uma das células-filhas recebe ametade maior da carapaça e a outra, a menor. Elas, assim, ficam menores que a célula que as originou.
- Reprodução Sexuada
- Algas Unicelulares: cada organismo se comporta como um gameta (n), que se fundem formando uma célula diploide (zigoto - 2n) contida em um envoltório, o zigósporo. Tal célula passa por meiose, originando 4 células haploides, jovens organismos.
ALTERNÂNCIA DE GERAÇÕES
No ciclo de vida de muitas algas multicelulares alteram-se gerações de indivíduos haploides (n) ou diploides (n).
Ex: A alga verde apresenta dois tipos de talos, formados por células haploides ou diploides. Os talos diploides são os chamados esporófitos. Algumas de suas células se diferenciam e passam por meiose, gerando células haploides, os esporos, que se libertam do talo diploide e "germinam" produzindo talos haploides, os gametófitos. Algumas células desses gametófitos, na maturidade, passam por mitose originando gametas haploides flagelados que, ao se libertarem desses talos, se fundem dois a dois, produzindo zigotos diploides. Tais zigotos, posteriormente, formam um talo diploide que fará o processo novamente.
4. Importância das algas
As algas constituem parte importante do fitoplâncton, que é constituído basicamente por algas (principalmente as diatomáceas e as dinoflageladas) e bactérias fotossintetizantes. O fitoplâncton constitui a base da cadeia alimentar nos mares.
A quantidade de gás oxigênio hoje existente na atmosfera so atingiu a "marca" de 21% gracas à atividade de algas, bactérias e plantas, sendo que o conjunto bactéria/alga é responsável por 90% dessa quantidade.
Elas são utilizadas no ramo alimentício. As mais utilizadas como alimento são as algas pardas, vermelhas e as verdes, apreciadas principalmente pelos povos orientais. De algas vermelhas, também, extraem-se duas substâncias economicamente importantes, o ágar e a carragenina.
Podem ser utilizadas, também, como adubos e fertilizantes, uma vez que seus talos são ricos em minerais essenciais ao desenvolvimento, e, como uso medicinal.
Referências bibliográficas
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https://aprovadonovestibular.com/reino-protista-caractersticas.html
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