Reino Metazoa - Filo Poriphera


REINO PORIPHERA
Questões sobre PORÍFEROS com gabarito + resumo
Filo Porifera - escola
Breve explicação acerca dos poríferos em geral
O Filo Poriphera (poríferos ou espongiários) reúne animais aquáticos fixos aos substratos com o nível de organização corporal mais simples do Reino Metazoa. Considerado, também, como sendo o sub-reino Parazoa, este agrupamento de seres vivos possui mais de 15 000 espécies conhecidos, podendo habitar tanto a região da superfície quanto “localidades” profundas, de quase 8000 metros de profundidade nos oceanos.
Tais seres são muito próximos de uma colônia celular de coanoflagelados, (o que mostra o provável salto evolutivo de unicelulares para pluricelulares, como apresenta uma das teorias do surgimento dos metazoários, a Teoria Colonial), pois cada célula alimenta-se por si própria, além de outras características que demonstram as semelhanças entre os dois tipos de indivíduos.
Muito tempo antes de esses animais serem entendidos propriamente como “poríferos ou espongiários” (quando os estudiosos e curiosos estavam começando a se interessar por classificar os seres vivos), eles eram considerados como plantas. O referido equívoco deu-se, principalmente, pela falta de métodos de análise (microscópios eficientes, por exemplo). Isso em mente, os “observadores” levavam em consideração a similaridade (esta presente apenas a olho nu) entre os hábitos e as características presenciadas tanto nas esponjas, como nas plantas, que eram: a imobilidade (nenhum deles se movimentava), a coloração (ambos os seres com diversas tonalidades), a maneira séssil de obter alimento (plantas por meio da fotossíntese; esponjas por meio da filtração).
Colocando tais informações “em prática” e fazendo a referência a períodos históricos, elas são conhecidas e utilizadas desde a antiguidade pelos povos primitivos sendo incluídas já no primeiro tratado sobre classificação de organismos, escrito em 350 A.C. na Grécia clássica por Aristóteles. Consideradas inicialmente como plantas, sua natureza animal só foi reconhecida no final do século XVIII, quando se observaram as correntes de água no seu corpo (filtração). Porém, os grandes naturalistas da época (Lammarck, Lineu, Cuvier) classificavam as esponjas como Zoophyta (animais-plantas) ou Pólipos (considerando-as como próximas dos cnidários). Foi o naturalista inglês R.E. Grant quem primeiro compreendeu a anatomia e fisiologia das esponjas e criou o nome Porifera. A elevação de Porifera ao nível de Filo, sugerida por Huxley em 1875 e por Sollas em 1884, só foi aceita no início do século XX. Ainda assim, os debates a respeito de sua posição em relação aos protozoários e metazoários permaneceram até recentemente.
Um fato interessante, tratando da estrutura das esponjas, é que a sua simplicidade é tanta que, se forem trituradas e passadas por uma peneira, de modo a separar as suas células, estas poderão reagrupar-se e formar novamente uma esponja, em tudo semelhante á original. As células do corpo das esponjas apresentam mesmo grau de independência, sem coordenação por células nervosas. 
1. Características
Poríferos. Características dos poríferos - Escola Kids
·         Todos os representantes são aquáticos (água doce e salgada) e são fixos ao substrato (sésseis), por não possuírem estruturas locomotoras;
·         Apresentam POROS (nutrição ocorre por filtração – capturam o alimento em suspensão na água e terminam a digestão intracelularmente);
·         Desenvolvimento embrionário fica estagnado na fase da Blástula (o animal, então não possui folhetos embrionários que surgem a partir da fase da gastrulação do embrião);
·         Podem viver isolados ou em colônia;
·         Digestão intracelular;
·         Assimétricos ou radiados (sem simetria ou com simetria radial, respectivamente);
·         Não apresentam tecidos verdadeiros;
·         Não têm sistema nervoso, sistema muscular e cavidade digestiva;
·         Apresentam metabolismo baixo e, por isso, podem viver séculos;
·         Fato curioso: para que as esponjas adquiram cerca de 1,0 grama de alimento, têm de filtrar, aproximadamente, 1.000.000 (um milhão) de litros de água.
Filo dos Poríferos (Esponjas) - ppt carregar
Representação dos poros e de como a simetria dos espongiários pode ser observada.
À direita, podemos obervar uma certa simetria radial, e, à esquerda um ser assimétrico
·
Motamorfose: Reino Metazoa - Filo Porifera
Desenvolvimento embrionário dos poríferos (chega até a fase da blástula)
2. Células e estruturas – organização corporal (cooperação celular)
·         O corpo das esponjas é revestido externamente pelos pinacócitos, células achatadas, irregulares, fortemente unidas que revestem e protegem a esponja formando a estrutura da pinacoderme;
·         Entre os pinacócitos, temos os porócitos, células dotadas de um poro central que permite a passagem de água do meio externo ao interior da esponja, interior denominado átrio ou espongiocele;
·         Apresentam os coanócitos, células ovóides flageladas que participam na captura e digestão do alimento, na movimentação da água no interior do corpo da esponja (corrente líquida que traz partículas nutritivas e gás oxigênio, além de levar as excreções e o gás carbônico, resultantes do metabolismo celular, para fora da esponja) e nos transporte de espermatozóides. Estes coanócitos estão cituados internamente;
·         Os amebócitos são células que também participam da digestão das esponjas e de outras atividades, como excreção, respiração, defesa do organismo, armazenamento e na formação dos gametas;
·         Os colêncitos são células que produzem colágeno;
·         Os arqueócitos (ou amebócitos totipotentes) são células que podem dar origem a qualquer tipo de célula das esponjas, de acordo com a necessidade desta;
·         As espículas cuidam da sustentação das esponjas e podem ser de Sílica (vidro) ou Calcárias, e são formadas pelos escleroblastos;
·         Os espongioblastos são as células que cuidam da produção da ESPONGINA, a fibra protéica esquelética das esponjas;
·         Entre o meio interno e externo (isso em relação a esponja), tratando de sua parede/corpo de células, temos o meso-hilo, camada gelatinosa onde se encontram os arqueócitos, colêncitos, escleroblastos, espículas, amebócitos e esclerócitos;
·         Por fim, tratando da estrutura corporal dos poríferos, estes possuem uma abertura grande no “topo” de seus corpos, utilizada para a remoção da água filtrada, o chamado ósculo, e, também, possui, além dos porócitos, os poros inalantes, que também são utilizados para obtenção de água do meio por parte dos espongiários.
Biologia – Reino dos Animais: Saiba tudo sobre os Poríferos!
Poríferos - Filo Porifera
FILO PORIFERA AS ESPONJAS. - ppt carregar
Zoologia II: Filo Porífera
Imagens que demonstram a estrutura corporal dos espongiários

3. Tipos anatômicos
·         TIPO ÁSCON
O mais simples dos três tipos de esponja. Sua parede é fina e possui poros inalantes que se abrem diretamente no átrio. Apresenta uma camada de coanócitos que reveste a espongiocele.
·         TIPO SÍCON
A parede do corpo é amplamente pregueada. Identifica dois tipos de canais: os inalantes e os radiais (ambos revestidos por coanócitos). Dos canais radiais, a água chega ao átrio e sai pelo ósculo.
·         TIPO LEUCON (o mais eficiente tipo de esponja no quesito “filtração”)
Parede do corpo é muito espessa e percorrida por um sistema de canais surpreendente e complexo. Há canais exalantes e inalantes, e, entre eles, câmaras revestidas por coanócitos.
Caminho da água: Meio – Canal inalante – Câmaras – Canal exalante – Átrio – Ósculo
O que é Lêucon - Planeta Biologia
Biologia 2° Ano 2016: Poríferos
Tipos anatômicos das esponjas, do menos eficiente (ascon) ao mais eficiente (leucon)
4. Reprodução
·         ASSEXUADA
- Brotamento: amebócitos todos unidos formam colônias quando os brotos, formados a partir dessa união, não se desprendem do “indivíduo inicial”, ou formam, simplesmente, um novo organismo;
- Regeneração: fragmentos de uma esponja, por menores que sejam, podem originar novas esponjas, devido ao seu alto poder de regeneração;
- Gemulação: tal forma de reprodução ocorre em esponjas de água doce. Nesse processo, que ocorre em condições ambientais extremas (seca de um rio, por exemplo), são formadas estruturas resistentes, as gêmulas (amebócitos envolvidos por uma “pelicula/camada” protetora de espículas). Em condições favoráveis, esses amebócitos saem da gêmula e multiplicam-se, dando origem a uma esponja novamente.
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Gêmula da espécie Saturnospongilla carvalhoi, uma esponja de água doce
Zoologia II: Filo Porífera

Características das Esponjas - Só Biologia
 Estruturas de uma gêmula

·         SEXUADA (temos espécies monóicas ou dióicas)
Os gametas formam-se a partir das células denominadas gonócitos (uma “espécie” de amebócito, ou seja, derivam do amebócito), como mencionado anteriormente. Feita tal “transformação”, o espermatozóide sai da esponja pelo ósculo e propaga-se pelo meio ao seu redor até encontrar outra esponja.
Encontrada esta, o espermatozóide penetra pelo poro e é capturado por um coanócito, que o “leva” até o interior da parede do corpo do animal, o Meso-hilo, onde encontrará o óvulo, proporcionando, dessa maneira, início à fecundação.
O zigoto desenvolve-se na mesma estrutura onde ocorreu a fecundação, o Meso-hilo, e, após algumas etapas do desenvolvimento embrionário, origina a blástula que, dotada de flagelos, nada se desprende da esponja e nada através do ósculo.
A partir desse momento, podem ser presenciados dois desenvolvimentos dessa blástula, sendo eles:
- Desenvolvimento direto: blástula logo se fixa no substrato e gera uma esponja semelhante àquela que a originou. Organismo jovem surge “diretamente”;
- Desenvolvimento indireto: blástula origina uma larva (anfiblástula), que se fixa no substrato e origina uma esponja. Ou seja, por este processo possuir mais de uma fase e não ocorrer diretamente, sendo necessária a “metamorfose” dessa larva, é chamado de “indireto”, já que a blástula não se fixou no substrato logo após a liberação pelo ósculo.
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5. Classificação das esponjas
Além de quesitos como o tamanho do átrio e o tipo de caminho que a água faz para ser filtrada pela esponja, mais um critério é levado em consideração no momento em que vamos caracterizar estes animais. Tal quesito é a organização esquelética das esponjas, no caso, as espículas que constituem estes seres.
Desta forma, classificamos as esponjas em três diferentes classes: Calcarea, Demospongiae e Hexactinellida.
Fonte: https://segundocientista.blogspot.com/search?q=poriphera
- Classe Calcarea
As esponjas calcárias possuem espículas de carbonato de cálcio (CaCO3) que não podem ser diferenciadas em megascleras (espículas maiores) e microscleras (espículas menores). São exclusivamente marinhas e apresentam espécies asconóides, siconóides e leuconóides. A maioria das esponjas desta classe possui tamanho pequeno e tubular.
Club de Inmersión Biología :: 05. Esponjas, Leucosolenia variabilis
Espécie Leucosolenia variabilis
- Classe Demospongiae
Gêmula da espécie Saturnospongilla carvalhoi, uma esponja de água doce
Gêmula da espécie Saturnospongilla carvalhoi, uma esponja de água doce
As esponjas dessa classe possuem espículas de sílica, de fibras de esponjina ou ambas. Suas espículas podem ser divididas em micro e megascleras. Existem demosponjas de água doce e marinhas, e sua organização é do tipo leuconóide. A maioria delas é assimétrica, com tamanho que varia de poucos milímetros a mais de dois metros, e suas espículas possuem quatro raios.
Purple Vase Sponge & Brittle Stars | ROLLING HARBOUR ABACO
tSG: Image # 2146: Callyspongia plicifera
Espécie Callyspongia plicifera

- Classe Hexactinellidae
São esponjas exclusivamente marinhas, geralmente crescem eretas e muitas espécies possuem forma cilíndrica. Podem ter tamanho 10 e 30 centímetros e costuma viver em grandes profundidades, entre 200 e 1.000 metros.
Os elementos de sustentação esquelética dessas esponjas são espículas silicosas, quase sempre com seis raios (daí o nome Hexactinellidae), o que as atribui a nominação de esponjas-de-vidro. Em certas espécies as espículas fundem-se, formando uma trama entrelaçada no Meso-hilo, que perduram mesmo após a morte da esponja.
Além disso, seus representantes são do tipo siconóide.

Hexactinélidos: classificação, características, habitat, espécies ...

▷ Hexactinellida | Características de los hexactinélidos

Hexactinellida – Wikipédia, a enciclopédia livre

Hexactinellida - Wikiwand

6. Tipos de espículas
algunos-ejemplos-de-la-ultraestructura-de-espiculas-microescleras ...

Nota 10 no Vestibular: Sustentação Esquelética dos Poríferos

Professora: Roberta Fontoura - ppt carregar

Poríferos



Referências:
Gêmula da espécie Saturnospongilla carvalhoi, uma esponja de água doce
Gêmula da espécie Saturnospongilla carvalhoi, uma esponja de água doce
https://educacao.uol.com.br/disciplinas/biologia/esponjas-conheca-o-filo-iporiferai.htm#:~:text=Geralmente%20as%20esponjas%20s%C3%A3o%20divididas,esp%C3%A9cies%20ascon%C3%B3ides%2C%20sicon%C3%B3ides%20e%20leucon%C3%B3ides.

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