Reino Metazoa - Introdução

REINO METAZOA
O Reino Animal - Resumo - filos, características, classificação
O Reino dos animais é reino mais diversificado e rico em espécies dentre todos os reinos existentes.  Possui pouco mais de 1 milhão de espécies catalogadas, mas acredita-se que possa haver entre 3 e 30 milhões de espécies animais no planeta.
Dentre todos esses 36 filos nos quais as espécies estão dispostas, destacaremos no referido blog apenas 9 destes, que são: Porifera; Cnidaria; Plathelminthes; Nematoda; Mollusca; Annelida; Arthropoda; Echinodermata; Cordata.
1. Origem dos animais
Há tempo, a humanidade busca identificar uma solução para a questão do surgimento dos seus “semelhantes”, no caso, os animais em geral. Assim, como questões históricas, a biologia usufrui de diversos métodos, teorias e pesquisas para que uma resposta mais plausível acerca do surgimento do Reino Metazoa fosse elaborada. Para tanto, destacaremos a seguir as mais populares teorias que hoje circundam pelos mais conceituados e interessantes livros de Biologia.
- TEORIA COLONIAL (a teoria mais aceita atualmente)
Proposta por Ernst Haeckel (1834-1919), em 1874, e retrabalhada por Libbie Henrietta Hyman (1888-1969) em 1940, a Teoria Colonial estabelece que todos os animais do reino Metazoa possuem como ancestral o indivíduo estruturado em colônia composta de protozoários cosmopolitas flagelados, os coanoflagelados (Coanoflagellata), por sua vez ocos e esféricos, sendo que a sua colônia possuía um eixo anterior/posterior distinto, nadando com o pólo anterior para frente. Assim sendo, o Reino Metazoa pode ser considerado monofilético.
Repetindo e ressaltando aspectos desses ancestrais, é interessante mencionar que os coanoflagelados podem ser livres ou sésseis, e viver como células solitárias ou formar colônias. Além de características moleculares e estruturais, o que salta mais imediatamente à vista nos coanoflagelados é a sua morfologia celular: a célula possui o flagelo  envolto num colarinho, (muito semelhantes aos coanócito dos poríferos situados dentro das paredes das esponjas ou nas câmaras de filtração) que juntamente com o flagelo, participa na captura de partículas alimentares, alimentando-se como filtradores (mais um aspecto que os assemelha aos poríferos).
Fatos que ajudam a justificar a teoria:
Ø  Os espermatozóides flagelados ocorrem por todos os metazoa. As células monocíliadas – células com um único cílio – ocorrem comumente entre os metazoários inferiores, particularmente entre as esponjas, as hidras, as anêmonas- do- mar e os corais;
Ø  Segundo a teoria, cada etapa do ciclo embrionário corresponderia a uma fase da evolução desse coanoflagelado. Na fase da mórula, todas as células estariam unidas, de forma muito compacta, sem cavidade interior. Posteriormente, a fim de melhorar a eficiência de captação de alimento e movimentação, as células que estavam no meio desse conjunto de células se deslocaram para a extremidade, deixando o interior como sendo uma cavidade oca. Esta seria a fase da blástula no embião (BLASTEA);
Ø  Posteriormente, “vendo” que a situação não estava muito favorável a ele, tal ancestral dos metazoa entra em um processo de diferenciação celular, no qual há a invaginação de uma parte da camada celular exterior para o interior desse conjunto de células. Presenciamos, então, o surgimento da fase da GASTREA (gástrula no processo de desenvolvimento embrionário), na qual surgem, também os folhetos embrionários, o blastóporo e o arquêntero. Do inicio das etapas apresentadas e nas etapas subsequentes, tudo leva a crer que este seja um dos motivos pelos quais tal colônia de protozoários originou os animais que hoje existem no mundo.
- TEORIA SINCICIAL
A hipótese sincical, ou da celularização, proposta por Hadzi J. e Hanson, E.D. (1950), sugere que os metazoários teriam se originado a partir de uma única célula protista. Através do surgimento de novas paredes celulares, esta célula dividiu seu citoplasma, originando uma massa multicelular. Mais tarde teria ocorrido a formação de uma semi-membrana interna separando esses núcleos.
Tais protistas seriam semelhantes ao Paramecium sp., também ciliados. E, assim como eles, apresentariam uma espécie de reprodução sexuada, a conjugação, na qual há a troca de material genético entre os indivíduos. Tal reprodução sexuada é característica dos metazoários, ou seja, isso seria mais uma razão para aceitar a coerência da teoria.
Os primeiros animais seriam, de acordo com essa teoria, animais bilaterais, sem tubo digestivo ou qualquer cavidade interna, assemelhando-se aos atuais platelmintes.
O principal problema da referida hipótese é que, caso o primeiro metazoário fosse um animal triblástico, ocorreria uma regressão nas características evolutivas, até os estágios mais simples do desenvolvimento, para que os animais mais simples (como as esponjas e os cnidários) pudessem surgir.
Tratando da justificativa, a teoria sincicial é corroborada pela similaridade existente entre ciliados e acelomados tais como: pequeno tamanho, semelhança no hábito alimentar, bilateralidade, presença de muitos cílios em uma mesma célula.
- TEORIA SIMBIÓTICA
Essa teoria é uma das mais conhecidas, quase um senso comum. No entanto, é uma das menos corroboradas. Ela diz que um procarioto fermentador primitivo, sofreu invaginações em sua membrana e estabeleceu relações com outros organismos procariotos. Com o passar do tempo surgiu o núcleo e as outras células englobadas passaram a desempenhar o papel de organelas, por assim dizer. Tais diferentes células eucariotas assim formadas passaram a cooperar entre si formando uma colônia.

Em suma, tal teoria trata do fato de o primeiro metazoário ter se originado pela simbiose de células de diferentes organismos protistas. Basicamente, células diferentes se juntaram e se estabeleceram dentro de uma “célula-protetora” ou “célula-guardiã”.
2. Características Gerais
·         Organismos eucarióticos;
·         São multicelulares (ou pluricelulares);
·      Possuem nutrição heterotrófica por ingestão – obtém substâncias nutrientes e energia (esta por meio da respiração celular) a partir da matéria orgânica produzida por outros seres vivos. Assim sendo, não são autotróficos;
·       Com exceção das esponjas, que não possuem tecidos diferenciados, todos os demais filos têm diversos tipos de tecidos corporais, sendo o tecido muscular e o nervoso os responsáveis pela capacidade de movimentação, traço mais marcante do grupo;
·        São seres aeróbicos (retiram o oxigênio do meio aquático ou do meio terrestre, no qual vivem);
·         Possuem reprodução sexuada e/ou assexuada, dependendo da espécie;
·       Os indivíduos do reino Metazoa não possuem amido como substância de reserva, fato que os diferencia das plantas (eles possuem o Glicogênio) e não têm parede celular em suas células;
3. Desenvolvimento embrionário
TESTES DE EMBRIOLOGIA (4) | Blog do Prof. Djalma Santos
Desenvolvimento célula-ovo 

Imagem retirada do blog http://segundocientista.blogspot.com/  . Ela demonstra as fases do desenvolvimento embrionário desde a fecundação até a fase da Gastrulação.
O ciclo reprodutivo dos animais consiste na união de 2 células sexuais haplóides (n). A fusão do gameta feminino (óvulo) com o masculino (espermatozóide) resulta no zigoto diplóide (2n).
O desenvolvimento do zigoto origina um conjunto maciço de células, a Mórula (em um processo denominado Clivagem, no qual o ZIOGOTO sofre sucessivas divisões mitóticas até chegar no estágio de Mórula), que logo desenvolve uma cavidade interna (Blastocele), formando a Blástula (apomorfia dos animais).
A Blástula torna-se a Gástrula, em um processo chamado de gastrulação, quando há um invaginação da ectoderme em direção à Blastocele, “cavidade celular oca”, possibilitando a formação e diferenciação dos tecidos embrionários básicos, os Folhetos germinativos (endoderme, mesoderme e ectoderme), do Arquêntero (nova cavidade que dará origem ao intestino dos animais no decorrer do seu desenvolvimento, ou seja, ele é um Intestino primitivo) e do Blastóporo (“abertura” que liga o meio externo ao meio interno da Gástrula).
Levando em consideração a forma da Gástrula, ou seja, como ela é definitivamente, podemos dividir os animais em: Ablásticos, Diblásticos (ectoderme e endoderme) e Triblásticos (ectoderme, mesoderme e endoderme). Esses últimos podendo ainda ser classificados de acordo com uma cavidade interna que surge entre os folhetos embrionários, o Celoma. Sobre ele podemos fazer uma distinção entre os animais Triblásticos em: Acelomados, Pseudocelomados e (Eu)Celomados.
Além disso, outro aspecto interessante que diferencia os animais é a sua Estomia, isto é, os animais podem ser Deuterostômios (quando o Blastóporo origina primeiro a boca do animal) ou Protostômios (quando o Blastóporo origina primeiro o ânus do animal).
- SIMETRIA:
Ø  Simetria radial: apenas os cnidários e algumas espécies de esponja apresentam tal simetria, que é evidenciada a partir do momento em que esses animais são “cortados” no seu eixo longitudinal passando pelo centro do seu corpo;
Ø  Simetria bilateral: simetria presente nos demais sete filos que estudaremos nesse blog, por sua vez citados no início da publicação. Tal simetria possui apenas um plano em que identificamos a equivalência da divisão, naquela em que dividimos o corpo nas metades direita e esquerda (da “cabeça”/saliência superior aos pés/parte inferior do corpo).
No Mundo da Arte: Simetria e Assimetria
O interessante é que ainda podemos classificar os animais como sendo ASSIMÉTRICOS, como demonstra o último exemplo da imagem acima, com uma esponja.

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