Reino Metazoa - Filo Platyhelmintes
FILO PLATYHELMINTHES
O referido filo abrange animais de corpo achatado, sendo as planárias os seus principais representantes de vida livre. Das cerca de 25 mil espécies conhecidas, aproximadamente 20% são parasitas de animais vertebrados e invertebrados. Entre aqueles que parasitam os humanos, os mais conhecidos são as Tênias (solitárias), que causam a teníase, e os esquistossomos, que causam a esquistossomose.
Um
fato muito interessante é que tais animais são conhecidos desde muito tempo, da
época do nosso conhecido Charles Darwin, naturalista, geógrafo e biólogo
britânico, escritor da obra Origem das
espécies (1859). Apenas a ressaltar, tal obra foi muito bem utilizada no
século XIX para determinar certos pretextos racistas ao passo que o mundo estava
em ambiente de movimentos imperialistas, era o chamado “Darwinismo Social”.
A origem das espécies, por Charles Darwin |
Possuidor
de um forte instinto curioso, Charles Darwin, em 1831, embarcou no navio HMS Beagle
para aquela viagem que seria um dos mais importantes e marcantes momentos de
sua vida, uma viagem com propósitos de pesquisador, na qual o biólogo encontrou
e coletou toneladas de material genético ao redor do mundo. E, vários dessas
espécies de animais encontradas pertencem ao filo dos Platelmintos, em especial
as planárias.
Tal
descoberta acima citada ocorreu, principalmente, na passagem do pesquisador no
Brasil, mais especificamente na região do Rio de Janeiro, quando este
categorizou a planária Planaria elegans e demais espécies.
HMS Beagle, representação |
Em
suma, o filo em questão é um filo muito diversificado e belo, sendo mais do que
digno de possuir uma publicação no blog em questão. Seguem abaixo as
informações.
1. Característcias
gerais
·
Animais de corpo achatado;
·
Triblásticos
e protostômios;
·
Soltárias, planárias e esquistossomos
são os principais representantes;
·
Tem simetria
bilateral (lados esquerdo/direito, regiões anterior/posterior e
dorsal/ventral, quando cortados no “meio” simétricos). Tal simetria também
auxilia na movimentação dos animais que compões este grupo;
·
Corpo achatado dorso-ventralmente. Por não possuírem SISTEMA RESPIRATÓRIO, eles
não podem ser muito espessos (trocas gasosas ocorrem por difusão pelo tecido
epitelial – respiração cutânean),
então, se forem muito espessos, as células situadas entre a região ventral e a
dorsal não irão receber Oxigênio nem conseguir fazer trocas gasosas de maneira efetiva;
·
No caso das planárias e em outras
espécies do filo conseguimos perceber uma evidente cefalização (concentração de
órgãos sensoriais e componentes do sistema nervoso na extremidade anterior do
corpo);
·
Digestão
e circulação: Cavidade gastrovascular. Caracterizados por terem sistema
digestório incompleto (com boca – esta com uma faringe musculosa - e sem ânus
----- principalmente nas planárias), a sua digestão inicia na CGV, com o
alimento sendo atacado por enzimas digestivas secretadas por células
glandulares, e termina intracelularmente;
·
Presença de ocelos: órgãos sensoriais
que detectam a luz do ambiente por células fotorreceptoras;
·
Sistema
nervoso: ganglionar com 2 cordões nervosos longitudinais;
Podemos perceber os ocelos na região anterior das planárias acima
·
Todos são hemafroditas (monóicos);
·
Sistema
excretor: ocorre por uma rede de protonefrídios, ou
células-flama, ou solenócitos, comunicantes;
·
Classes: Turbelária, Trematoda, Cestoda.
2. Classificação dos
Platelmintos
CLASSE TURBELÁRIA:
·
Platelmintos terrestres e aquáticos (a
maioria), as planárias;
·
O grupo tem cerca de 3000 de espécies;
·
As planárias são animais de pequena
dimensão, mas algumas espécies podem atingem até 60 cm de comprimento;
·
Espaço entre a epiderme e a cavidade
digestória é preenchida por células musculares e por um tecido chamado de mesênquima (são células totipotentes,
aquelas que atribuem a grande capacidade de regeneração a esses animais).
Planária terrestre |
Pseudoceros dimidiatus |
Planárias vistas pela região ventral |
CLASSE TREMATODA
·
Platelmintos ectoparasitas, que vivem
fixados a superfícies externas do corpo dos hospedeiros; e, endoparasitas, que
vivem no interior do corpo dos hospedeiros;
·
Corpo revestido por cutícula resistente (secretada pela epiderme) que protege o
parasita de eventuais ataques pelos sistemas de defesa do hospedeiro;
·
Boca na região anterior do corpo,
abrindo-se em uma faringe musculosa e em um posterior intestino ramificado;
·
Algumas espécies com ganchos e ventosas (fixação no hospedeiro).
CLASSE CESTODA
·
Platelmintos endoparasitas (tênias ou
solitárias), cujos adultos vivem no intestino de animais vertebrados,
geralmente mamíferos;
·
Tênia (formato de “fita”) ou solitária
(libera substâncias para que não haja uma superpopulação do hospedeiro por
parte de outras espécies, o que poderia levar a morte deste e, assim, o
parasita perderia sua fonte de “abrigo” e alimento;
·
Parte anterior: escólex, no fim da estrutura afilada. Nele, temos ventosas/ganchos/sulcos
adesivos para ele se prender no hospedeiro;
·
Corpo: formado por centenas ou milhares
de partes semelhantes, as proglótides,
que se originam na região junto ao escólex pelo processo de estrobilização do corpo (divisão
transversal).
·
Maturidade sexual: proglótide se
autofecunda e fica “grávida”, cheia de ovos, que se solta da tênia e é
eliminada do corpo do hospedeiro junto das fezes.
3. Reprodução dos Platelmintos (e doenças)
Ciclo de vida das
PLANÁRIAS
· Algumas
se reproduzem por fissão transversal: parte posterior do corpo adere a algum
objeto e os esforços do animal para libertar-se e locomover-se acabam por
rompê-la, deixando um pedaço para trás. Ambos os pedaços se regeneram, formando
indivíduos adultos novamente.
· Elas
são monóicas (têm sistemas reprodutores de ambos os sexos). Assim, quando 2
indivíduos se encontram, a parte masculina encontra a parte feminina de ambos,
trocando material genético e fecundando-se. Zigotos e células nutritivas são
envoltos por um casulo, eliminado pelo átrio genital (feminino).
planária se regenerando |
Ø Cada
casulo contém diversos embriões, que se alimentam do vitelo acumulado nas
células nutritivas e desenvolvem-se em pequenas planárias (fecundação interna e desenvolvimento direto).
Ciclo de vida do
ESQUISTOSSOMO (Esquistossomose)
· Trematoda
Schistosoma
mansoni;
· Fêmea
abriga-se em um sulco do macho;
· Ovos
liberados pelas fezes. Ao entrar em contato com a água os ovos eclodem e liberam
larvas ciliadas, os miracídios;
· Miracídio
encontra um caramujo da família dos planorbídeos (Biomphalaria glabrata é o mais conhecido), penetra nele,
transforma-se em um saco alongado com células germinativas, gerando o esporocisto primário e, depois, os secundários (cercarias);
· Cercarias
são larvas flageladas;
· Saem
do caramujo nesta fase e penetram na pele/mucosas humanas, transformando-se em esquistossomos, que vão aos vasos
sanguíneos/linfáticos, ao coração e aos pulmões. Depois de terem chego aos
pulmões, migram ao fígado, onde ficam até a fase adulta;
· Prevenção:
A prevenção da esquistossomose consiste em evitar o contato com águas onde
existam os caramujos hospedeiros intermediários infectados. O controle da
esquistossomose é baseado no tratamento coletivo de comunidades de risco,
acesso a água potável e saneamento básico, educação em saúde e controle de
caramujos em lagos e rios.
Ciclo de vida de uma
TÊNIA (Teníase)
· Cestoides
(são monóicos);
· Proglótides
se autofecundam;
· Após
a fecundação, cada “ovo” ganha uma “casca” e a proglótide passa a ser chamada de
proglótide grávida, que é eliminada junto das fezes do hospedeiro;
· O
ovo é ingerido por um hospedeiro intermidiário (boi: tênia saginata; porco:
tênia solium);
· Nele,
a casca rompe liberando uma larva, a oncosfera,
que aloja-se na musculatura ou no cérebro, locais onde a larva se transforma em
uma bolsa ovóide e cheia de líquido, o cisticerco;
· Comendo
a carne mal cozida contaminada, a pessoa pode adquirir a teníase;
· O
cisticerco, no intestino humano, se fixa à parede intestinal e origina uma nova
tênia;
· Medidas
de prevenção incluem o saneamento básico
(tratamento de água e esgoto), fiscalização das carnes de porco e boi;
cozimento prolongado da carne com cisticerco antes da ingestão; tratamento de
doentes e bons programas de educação e sensibilização, incentivando bons
hábitos de higiene no dia a dia.
Cisticercose humana: O
humano ingere os ovos da tênia, passando a ser o hospedeiro
intermediário/secundário.
Refeências Bibliográficas:
https://segundocientista.blogspot.com/2015/05/platyhelminthes-platelmintos.html
https://www.todamateria.com.br/platelmintos/#:~:text=Platelmintos%20(filo%20Platyhelminthes)%20s%C3%A3o%20vermes,Muitos%20deles%20s%C3%A3o%20parasitas.
https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos2/platelmintos.php
https://brasilescola.uol.com.br/biologia/platelmintos.htm
https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos2/bioplatelmintos2.php
https://www.todabiologia.com/zoologia/classes_platelmintos.htm
https://brasilescola.uol.com.br/doencas/teniase.htm
https://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/esquistossomose
Livro didático e aulas ministradas pela disciplina.
Refeências Bibliográficas:
https://segundocientista.blogspot.com/2015/05/platyhelminthes-platelmintos.html
https://www.todamateria.com.br/platelmintos/#:~:text=Platelmintos%20(filo%20Platyhelminthes)%20s%C3%A3o%20vermes,Muitos%20deles%20s%C3%A3o%20parasitas.
https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos2/platelmintos.php
https://brasilescola.uol.com.br/biologia/platelmintos.htm
https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos2/bioplatelmintos2.php
https://www.todabiologia.com/zoologia/classes_platelmintos.htm
https://brasilescola.uol.com.br/doencas/teniase.htm
https://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/esquistossomose
Livro didático e aulas ministradas pela disciplina.
Comentários
Postar um comentário