Reino Metazoa - Filo Annelida
FILO
ANNELIDA
O
filo Annelida reúne os anelídeos, animais de corpo alongado e cilíndrico,
formado por segmentos ou anéis dispostos em seqüência. Há cerca de 16,5 mil
espécies de anelídeos conhecidas, distribuídas em três grupos principais:
Oligochaeta, Polichaeta e Hirudinea. O representante mais conhecido do grupo é,
certamente, a minhoca, pertencente ao grupo dos oligoquetas,
Como
curiosidade, as minhocas têm papel ambiental muito importante na reciclagem de
materiais orgânicos e na fertilização do solo. Ao se alimentarem de restos
vegetais, principalmente de folhas, elas auxiliam o processo de decomposição e
produzem fezes ricas em substâncias nitrogenadas fertilizantes. O esterco das
minhocas é conhecido como “húmus de minhoca” e constitui um adubo de alta
qualidade. Além disso, tais animais escavam túneis que favorecem a aeração do
solo para as raízes das plantas. Durante o dia, permanecem dentro da terra; ao
anoitecer, saem à superfíciepara se alimentar e acasalar. Gostam, inclusive, de
ambientes úmidos.
1. Características
gerais
·
Triblásticos e bilatérios;
uma imagem interessante que demonstra o desenvolvimento embrionário dos anelídeos no processo de formação do celoma esquizocélico. Cavidades corporais: I- Anelídeo (b); II - Platelminto (c); III - Nematódeo (a) |
·
Sinapomorfias: parapódios (nos Polychaeta), clitelo
(Clitellata);
parapódio detalhado |
detalhe do corpo de um anelídeo |
· Protostômios: boca se origina do blastóporo, já o celoma vem da divisão na mesoderme embrionária;
·
Celomados: Possuem um esquizoceloma. Esse
celoma é um celoma verdadeiro, que se originou a partir de células migram da
endoderme para dentro da blastocele, organizando-se em bolsas ali.
Ø Esquizoceloma
preenchido pelo fluido celômico, que facilita o transporte de substâncias
nutritivas e células. Com ele, temos a separação entre o sistema digestório e a
parede corporal. Surgiram órgãos.
-
celoma e fluido: servem de esqueleto hidrostático, dentre outras funções.
·
Segmentação ou metameria: corpo formado por repetição, iguais ou semelhantes, de
unidades funcionais, os metâmeros. Animais
sem segmentação são os ametaméricos.
Ø Segmentação
verdadeira: segmentação do corpo pela segmentação da mesoderme – cada segmento
é independente, por assim dizer, mas são interligados em uma única unidade
funcional, atuando em conjunto e separados por septos.
Ø Vantagens:
movimentação é facilitada, visto que o volume de líquido celomático se mantém
constante em cada compartimento (metâmero), funcionando como força antagônica
contra a qual os músculos (circulares e longitudinais) podem atuar, e, também,
ao fato de haver a possibilidade de controlar independentemente cada segmento.
Ø O
corpo de um anelídeo é caracterizado pela segmentação, na qual a maioria das
partes internas e externas é repetida em cada segmento, o que seria uma
homologia seriada, estruturas corporais com as mesmas origens genéticas e de
desenvolvimento aparecem repetidamente durante a ontogenia de um organismo, o
que resulta em metameria.
Cada compartimento do corpo (metâmero) apresenta repetição dos órgãos do metâmero anterior, quase que "independente" |
· Corpo de um anelídeo:
a) Prostômio – peristômio: boca, cérebro, órgãos dos sentidos;
b) Tronco: maioria dos
sistemas, gônodas e apêndices;
c) Pigídio: parte
posterior que inclui o ânus.
Ø Importante
ressaltar que os segmentos que compõe seus planos corpóreos são oriundos de uma
região da larva trocófora (que faz parte do desenvolvimento desses animais), a zona
de crescimento.
·
Parede do corpo:
Em seqüência, temos: Cutícula – epiderme glandular – camada muscular circular – camada muscular longitudinal – peritônio (originado da mesoderme, que forra o celoma).
Na linha mediana dorsal, o peritôneo se
abre para segurar o vaso sanguíneo dorsal e se fecha novamente e logo abaixo do
vaso ele se abre novamente para permitir a passagem do tubo digestório; abaixo
deste, ele se abre novamente para deixar passar o cordão nervoso ventral, os
dois nefróstomas e o cordão nervoso ventral. Além disso, o celoma esta dividido
em duas metades a metade esquerda e a direita são independentes.
Interessante ressaltar que eles possuem
2 peritônios: o peritônio visceral (tubo digestivo) e o peritônio parietal
(celoma).
·
Movimento: compartimentalização do
celoma aumenta a precisão dos movimentos. Animal se movimenta com o auxílio das
cerdas, ancoradas nas suas “paredes corpóreas” e que atribuem tração a eles. Também
há a contração/distenção dos músculos circulares e longitudinais.
·
Cerdas ou quetas: estruturas quitinosas
que ajudam na locomoção e ancoragem em túneis (minhocas terrestres) e no
deslocamento e respiração branquial nos poliquetas marinhos.
Além do corpo como um todo, conseguimos presenciar as "quetas" nas laterais desse anelídeo |
·
Corpos alongados e cilíncricos.
2.
Anatomia e fisiologia
a)
Sistema digestório
·
Sistema digestório completo;
·
Temos espécies predadoras, comedoras de
depósitos (seletivos ou não), filtradoras e sugadoras (sanguessugas que se
alimentam se sangue).
·
Fato interessante: minhocas com tiflossole e cecos intestinais, dobras que aumentam a área de contato e a
absorção de nutrientes.
·
No caso das minhocas, sua boca se
localiza no primeiro metâmero, sob uma projeção musculosa equivalente a um
lábio utilizado para cavar, o prostômio.
Bem, da faringe, o material ingerido segue pelo esôfago até o papo, uma
região mais dilatada do tubo digestório, ligada a glândulas que lubrificam e
umedecem o alimento. Em seguida, o alimento passa pela moeda, porção também
dilatada e musculosa do tubo digestório que atua como um triturador: suas
contrações esmagam o alimento contra as partículas de terra, tornando-o
finamente fragmentado, facilitando a digestão.
O alimento triturado pela moela passa
para o intestino, um tubo reto que apresenta as expansões laterais
supracitadas, os cecos intestinais. Na
região anterior aos cecos, o alimento mistura-se a enzimas secretadas por
células da parede do tubo digestório e é digerido na cavidade intestinal (digestão exclusivamente extracelular).
Na porção posterior aos cercos, a parte superior do
intestino apresenta uma prega longitudinal denominada tiflossole. Ambos, tiflossole e cecos, aumentam a área intestinal
em contato com os produtos da digestão e facilitam sua absorção. O material não
aproveitado é eliminado pelo ânus, juntamente com a terra ingerida. Os dejetos de
minhoca são utilizados como adubo.
sistema digestório de uma minhoca |
b)
Sistema Circulatório e Respiração
·
Sistema circulatório fechado, com vasos
interligados e vasos segmentares.
- Vaso dorsal: sangue região Posterior –
Anterior (ele pulsa);
- Vaso ventral: sangue região Anterior –
Posterior.
sistema circulatório e organização corporal das minhocas |
·
Em cada segmento do corpo há vasos
capilares (trocas gasosas). Eles abordam diversas regiões do animal (intestino,
epiderme, dentre outras): Em cada segmento do corpo há vasos capilares que
formam microcircuitos, do vaso dorsal sai uma rede de vasos capilares que envolvem
o intestino absorvem nutrientes e chegam ao vaso ventral. Do vaso ventral sai
uma rede de capilares que chamada de plexo epidérmico, que vai até a superfície
da pele faz as trocas gasosas e chega ao vaso dorsal.
·
Em alguns anelídeos, por exemplo,
presenciamos corações laterais.
·
Sangue possui o pigmento respiratório, na maioria deles este sendo a hemoglobina (ou clorocruonina, ou hemeritrina).
·
Respiração: minhocas – respiração cutânea
(pele umedecida para isso), branquial em espécies marinhas.
c)
Sistema Excretor
·
Excreção realizada por metanefrídeos,
sendo um par destes porsegmento do corpo;
·
O metanefrídeo
retira escreções do líquido do celoma e também do sangue, estas que são
recolhidas e eliminadas para o exterior pelos nefridióporos, ou poros excretores, estando presentes aos pares em
cada segmento também.
·
A maioria libera uréia como excreção
(são animais ureotélicos).
Sistema excretor dos anelídeos |
d)
Sistema Nervoso ou Sensorial
·
Constituído de um par de gânglios
cerebrais suprafaríngeo e dois cordões nervosos ventrais, com um par de
gânglios por metâmero. Desses gânglios ventrais, saem nervos para músculos e
células sensoriais. Do cérebro parte um anel circum-faringiano ou
circum-esofágico de cordões nervosos ao redor da faringe (ou esôfago).
·
O sistema nervoso é completamente
metamerizado. Um único cordão mediano ventral ganglionar, com um gânglio para
cada metâmero, inerva todo o corpo do animal.
·
Sistema sensorial das minhocas é pouco
desenvolvido, com células sensoriais epidérmicas que captam estímulos do meio.
3.
Reprodução
·
Maioria dos poliquetas é dióica e
liberam gametas no meio (água): fecundação externa – larva trocófora –
metamorfose – larva juvenil;
·
Algumas espécies se reproduzem
assexuadamente (epitoquia) – fragmentação do corpo;
·
Minhocas e sanguessugas são
hermafroditas, realizam fecundação cruzada, esta que é interna. As minhocas apresentam
clitelo, que amadurecem os gametas
para proporcionarem a fecundação.
reprodução das minhocas |
4.
Classificação
a)
Oligochaeta:
·
Têm poucas cerdas corporais (projeções
rígidas constituídas por quitina);
·
Segmentos que lembra anéis;
·
Húmus de minhoca é importante e rico em
nutrientes;
·
Há desde minhocas com poucos milímetros
de comprimento, ao minhocuçu, com até 2 metros de comprimento e 2,5 centímetros
de diâmetro;
·
Vivem em ambientes com solos úmidos ou
em água doce.
b)
Polichaeta
·
Têm numerosas cerdas corporais e uma
cabeça com apêndices sensoriais;
·
Vivem no mar;
·
Segmentos corporais: parápodes
(parapódios);
c)
Hirudinea
·
Sanguessugas;
·
Anelídeos sem cerdas;
·
Podem ser aquáticos e terrestres;
·
Possuem ventosas para a fixação
(oral-anterior e posterior);
·
Alimentam-se de sangue;
·
Ao encontrar um hospedeiro, a sanguessuga
fixa-se a ele com o auxílio das ventosas e perfura a pele sem provocar dor,
graças a uma substância anestésica secretada na saliva. Pela ação musculosa da
faringe, ela suga o sangue da vítima, que não coagula devido a uma substância
anticoagulante produzida pelas glândulas salivares do animal.
·
No passado, as sanguessugas da espécie Hirudo medicinalis foram muito
utilizadas para fazer sangrias, técnicas terapêuticas que se baseavam na crença
de que muitas doenças seriam eliminadas do corpo pela retirada de um pouco de
sangue.
ReReferêcnais Bibliográficas:
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