Reino Metazoa - Filo Echinodermata
Filo
Echinodermata (Equinodermos)
O
Filo Echinodermata (do grego echinos,
espinho; e, dermatos, pele – pele com
espinhos) reúne cerca de 7 mil espécies de animais, estes que são estritamente
marinhos. Eles são dotados de um endoesqueleto calcário formado de placas
dependentes ou articuladas, na maioria das vezes originando proeminências, como
espinhos, abaixo da epiderme, daí o nome do filo.
Não
existe nenhuma espécie de equinodermo adaptada à água doce. Talvez isso se
justifique por sua suposta origem a partir de grupo mais adiantados e marinhos
que regrediram, tomando-se fixos, sofrendo involução da cabeça, por exemplo.
São
encontrados em quase todas as costas marinhas, especialmente em praias rochosas
e ao redor dos pilares dos portos. Várias espécies vivem desde as linhas de
marés até as profundidades consideráveis na areia e no lodo, sendo, dessa
maneira, muito abundantes, embora difíceis de serem encontrados na maioria das
vezes. Claro, é possível encontrá-los em um dia de sol na praia, no entanto
isso ocorre pois estes estão muito longe de seu verdadeiro “lar”, situado a
400, talvez 500 metros em direção ao “mar profundo”.
Texto
interessante a respeito de uns dos mais antigos ancestrais dos equinodermos: https://hypescience.com/fossil-de-criatura-de-520-milhoes-de-anos-e-descoberto-no-marrocos/#:~:text=Cientistas%20descobriram%20uma%20nova%20criatura,bra%C3%A7os%20da%20estrela%20do%20mar.
1.
CARACTERÍSTICAS GERAIS
·
Triblásticos: apresentam 3 folhetos
embrionários;
·
Deuterostômios: Blastóporo da gástrula
origina o ânus do animal, enquanto a boca surge de outra abertura no decorrer
do desenvolvimento embrionário;
·
Celomados: Apresentam o celoma enterocélico (um celoma
tripartido). Este se origina por bolsas do intestino que migram para o espaço
entre a ectoderme e endoderme (é, de fato, um celoma verdadeiro, sendo, assim,
uma das características que compartilham com os animais cordados);
·
Endoesqueleto: esqueleto interno e
recoberto por uma fina camada, esta rugosa, de epiderme. Tal esqueleto é de
origem mesodérmica.
-
Há espécies com um endoesqueleto de placas fundidas (carapaça dos ouriços) e
outras com placas “dispersas” na derme do animal.
ossos de pepino-do-mar |
Endoesqueleto de uma estrela-do-mar |
"starfish anatomy" |
·
Sistema Aquífero ou Ambulacrário:
Sistema derivado do celoma e tem funções circulatória, excretora, respiratória
e ainda auxilia na movimentação dos indivíduos (pés ambulacrais);
Pés ambulacrais |
·
Apresentam simetria bilateral primária e
secundária:
Bilateral
primária: Bilateral “normal”, mas esta está presente apenas nas larvas, fase
larval;
Bilateral
secundária: Bilateral “diferente” - seria a chamada simetria “pentarradial”,
esta que está presente nos indivíduos adultos. Um fato curioso é que ela surgiu
como uma forma de adaptação destes animais ao ambiente turbulento em que vivem
(quebra das ondas).
·
São animais de vida livre, sempre ativos
em busca de alimento, seja este um outro animal (estas espécies são, então,
predadoras), seja algum “alimento” encontrado no substrato (sendo, então,
espécies detritívoras);
Estrela-do-mar se alimentando |
·
Reprodução:
-
Animais dióicos;
-
Fecundação externa;
-
Desenvolvimento indireto: do ovo sai uma larva, esta denominada Plúteo;
- Apresentam grande capacidade de regeneração (no caso das estrelas-do-mar, por exemplo, caso um braço seja “amputado”, este pode originar outro indivíduo e, na própria região em que este braço estava, presenciaremos outro braço, claro, depois de certo tempo).
Reprodução por regeneração |
2.
ANATOMIA & FISIOLOGIA
a)
Sistema Hidrovascular ou Ambulacral
·
Exclusivo dos equinodermos, este sistema
é formado por um conjunto de tubos e ampolas de paredes musculares internos ao
corpo, e de prolongamentos tubulares, os pés
ambulacrais (saem do interior do corpo do animal por meio de poros no
endoesqueleto);
·
A água penetra no Sistema Hidrovascular
pelos poros da placa madrepórica, ou madreporito. O animal, então, regula a
quantidade de água que vai para cada braço ou região do corpo;
·
Tal sistema funciona com pressão de água
em seu interior, o que estipula a movimentação a partir dos pés ambulacrais,
que funcional como “ventosas”.
Essa
pressão é regulada pela ação da musculatura das paredes dos canais, vesículas e
ampolas. A contração da musculatura das ampolas, por exemplo, força a água a
penetrar nos pés ambulacrais, que são ocos e musculosos. Sob pressão, os pés
distendem-se e encostam sua ventosa terminal a um objeto ou substrato. A
contração da musculatura de sucção presente no pé ambulacral, em torno da
ventosa, faz com que este se fixe ao substrato. O relaxamento da musculatura de
sucção e o retorno da água para a ampola (pelo relaxamento da sua musculatura)
fazem o pé soltar-se do substrato. Esse mecanismo permite aos pés ambulacrais
estender-se e contrair-se alternadamente, sob o controle do sistema nervoso,
atuando na locomoção, na fixação a um substrato e na captura de alimento.
Pés ambulacrais |
b) Sistema Digestório
·
Sistema Digestório completo, com boca,
ânus e intestino;
·
Em alguns casos, estômago é evertido (lançado para fora) para
o meio (digerindo certas áreas do substrato em que está em contato) ou para
dentro da presa (conchas de moluscos, por exemplo), onde secreta enzimas
digestivas (no caso das estrelas-do-mar, tais enzimas são produzidas nos cecos
gástricos) e absorve os nutrientes;
·
O ânus é pouco desenvolvido ou quase
inexistente, mas isso varia de espécie a espécie.
c) Sistema Nervoso e
Sensorial
·
Apresentam anel nervoso em torno da
boca; células sensoriais (táteis e olfativas) são espalhadas por todo o corpo
do animal, e, células fotorreceptoras são verificadas nas extremidades dos
braços/corpo;
·
Esses receptores táteis/químicos são
encontrados, também, nos pés ambulacrais para que o animal consiga identificar
a região sobre a qual está se locomovendo;
·
Tais “sentidos”, no entanto, são pouco
desenvolvidos.
d) Respiração e
Excreção: variam de acordo com a espécie
·
Podem existir brânquias pequenas, no
caso dos ouriços-do-mar, nas quais ocorrem as trocas gasosas e são liberadas
excretas;
·
O Sistema Hidrovascular também participa
ativamente nas trocas gasosas (ocorrem trocas entre o meio e os pés
ambulacrais);
·
Nas estrelas-do-mar conseguimos
verificar delicadas expansões entre os espinhos, são as papilas respiratórias, que formam, no interior do animal, uma rede
grande de transmissão desses gases, a árvore
respiratória, que abrange o corpo do animal como um todo.
3. CLASSIFICAÇÃO
a) Asteroidea
(estrelas-do-mar)
·
Corpo achatado em forma de estrela;
·
5 braços (podendo apresentar até 42);
·
Boca e pés ambulacrais voltados ao
substrato (região oral);
·
Ânus na região superior (aboral);
·
Predadores (de moluscos, crustáceos e
anelídeos).
b) Echinoidea
(ouriços-do-mar)
·
Corpo circular, abaulado (ouriços) ou
achatado (bolachas-da-praia);
·
Sem braços;
·
Boca voltada ao substrato (região oral);
·
Ânus na região superior (aboral);
·
Pés ambulacrais por todo o corpo (estes,
junto dos espinhos, promovem a locomoção do animal);
·
Esqueleto: placas calcárias fundidas à
carapaça interna;
·
“Dentes”: Lanterna de Aristóteles (boca
deles);
·
Alimentam-se de algas e detritos
orgânicos raspados de rochas.
c) Holothuroidea
(pepinos-do-mar)
·
Corpo alongado e macio, sem braços;
·
Boca em uma das extremidades do corpo
(região oral), rodeada por tentáculos. Ânus na região oposta;
·
Pés ambulacrais estão dispostos em
fileiras ao longo do corpo do animal;
·
Alimentam-se de detritos orgânicos.
d) Crinoidea
(lírios-do-mar)
·
Corpo em forma de taça, com braços
ramificados e flexíveis (apresentam formato de pluma);
·
Certas espécies vivem fixadas em rochas
por um pedúnculo, outras podem nadar;
·
Boca e ânus na região oposta ao
substrato;
·
Alimentam-se de plâncton e detritos
orgânicos em suspensão na água (capturam estes com os cílios dos tentáculos em
volta da boca).
e) Ophiuroidea
(serpentes-do-mar)
·
Corpo achatado, com braços finos e
flexíveis (uniformes, a certo modo, sendo diferentes, então, das
estrelas-do-mar), estes separados uns dos outros e “articulados”. Além disso,
os braços são ligados a um disco central;
·
Boca voltada ao substrato (região oral);
·
Não possuem ânus;
·
Locomovem-se pela ondulação dos braços;
·
Alimentam-se de pequenos crustáceos,
moluscos e detritos orgânicos.
4.
Referências Bibliográficas
https://segundocientista.blogspot.com/search?q=Equinodermos
https://www.todamateria.com.br/equinodermos/
https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos3/Equinodermos.php
https://www.infoescola.com/embriologia/celoma/
https://www.portalsaofrancisco.com.br/biologia/celoma
https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos2/bioanimal2.php
https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/119414/herrero_cd_tcc_botib.pdf?sequence=1
Ótimo blog! Vale a pena ver um blog bem feito como este
ResponderExcluirPARABÉNS!!!