Reino Metazoa - Filo Chordata - Répteis

 

Filo Chordata – Reptilia





Os répteis, cujos representantes mais conhecidos são serpentes, lagartos, jacarés, crocodilos, jabutis e tartarugas, formam o clado Reptilia. Esses animais recebem tal nome pelo fato de apresentarem movimentos de “rastejamento”, pois o termo REPTO em latim significa arrastar, rastejar.

Tal grupo de animais deriva, é parente, daquele grupo já extinto que viveu há milhões de anos atrás... Os DINOSSAUROS. Atualmente, diz-se que há ainda um dinossauro vivo (expressão não tão adequada para se dirigir a ele, mas... é comumente chamado dessa maneira), a chamada taurara. De fato, tal animal possui diversas características muito semelhantes aos seus ancestrais, porém a denominação é, a certo modo, errônea. Bem, os dinossauros, como muitos conhecem, foram seres brutais e altamente resistentes e adaptados ao meio em que viviam, sendo verdadeiros predadores e máquinas de matar. Muito do que somos hoje, devemos a eles... Por isso, encontrar fósseis desses animais é muito importante para formular pensamentos concretos a respeito do que seja a nossa atual realidade, do que seja o mundo que “habitamos”.

Hoje, existem cerca de 7000 espécies de répteis catalogadas. Há uma considerável variedade, por assim dizer. Formatos anatômicos, assim como “pigmentos corporais”, são alguns dos fatores que diferenciam estas espécies. Algo interessante é que, de acordo com a espécie de réptil que encontramos, conseguimos identificar a localização do globo em que estamos, uma vez que algumas localizações são características por possuírem certos animais desse clado, como os dragões-de-komodo, por exemplo, que são majoritariamente encontrados nas ilhas de Komodo, Rinca, Gili Motang, Flores e Sitio Alegre, na Indonésia.

CARACTERÍSTICAS

·         Triblásticos;

·         Simetria Bilateral;

·         Deuterostômios;

·         Celomados;

·         Possuem notocorda, fendas faringianas, músculos segmentares, tubo nervoso oco dorsal, dentre outras características dos cordados no desenvolvimento;













·         Vertebrados;



·         Tetrápodes (maioria deles, já que as cobras, por exemplo, são desprovidas desses membros);

·         Primeiros vertebrados a se adaptar completamente à vida no ambiente terrestre por terem desenvolvido o ovo, denominado ovo amniótico, protegido por uma casca membranosa ou calcária e o embrião nele contido desenvolve estruturas extraembrionárias (saco vitelínico, âmnio, alantóide), que permite o seu desenvolvimento fora d’água. Ou seja, com esta inovação evolutiva, os répteis foram os primeiros animais a, de fato, conquistar o ambiente terrestre.

Agora, diferentemente dos seus “parentes” anfíbios, que não poderiam se distanciar muito do recurso hídrico para viver e se reproduzir, eles poderiam se afastar das regiões sem água e procriar... a água necessária para o desenvolvimento do embrião já está contida dentro do ovo. {Isso será enfatizado mais a frente na publicação – na reprodução}.



·         Os répteis atuais, como a maioria dos peixes e dos anfíbios, são chamados de “animais de sangue frio”, pois não utilizam extensivamente o metabolismo para controlar a temperatura corporal; esta é regulada por meio de adaptações comportamentais, ou seja, buscam um recurso externo para se aquecer, como o caso da luz do sol.

- Muitas espécies procuram se manter ao sol quando a temperatura é baixa; já quando a temperatura corporal se torna muito elevada, elas vão para locais sombreados ou para a água, no caso de jacarés, crocodilos e cágados.

Pelo fato de utilizarem o calor externo para se aquecer, estes animais são chamados de ectotérmicos. Mamíferos, aves, alguns peixes e muitos insetos são endotérmicos, pois a manutenção da temperatura corporal é feita por meio do calor gerado por seu próprio metabolismo. Os répteis também podem ser pecilotérmicos (temperatura variável).


·         O corpo (tegumento) desses animais possui poucas glândulas. Na verdade, a pele dos répteis é seca e desprovida de glândulas sendo constituída de escamas (nas cobras e lagartos), de placas córneas (nos crocodilos e jacarés) ou de carapaças (nas tartarugas). A presença da epiderme fortemente cornificada, formando escamas (como já dito) ou placas córneas é característico deles.

Especificando:

Pele: epiderme + derme

Epiderme: altamente queratinizada, sendo muito espessa (camada grande de células mortas). Assim sendo, a pele deles é impermeável e resistente; essa queratinização reflete na adaptação desses animais aos ambientes terrestres, onde a umidade é baixa e a perda de água por transpiração tem de ser reduzida. Dessa forma, aí está uma diferença quando comparamos tais animais aos anfíbios: eles podem andar na terra sem medo, pois não perdem água pela pele fina, nem necessitam de glândulas que os ajudam a respirar... São independentes desses “acessórios”, por assim dizer.

Camada epidérmica com queratina: forma placas denominadas escamas córneas. Em jacarés e crocodilos, por exemplo, as escamas têm formato e disposição diferenciadas quando comparadas com as dos demais répteis. Outros répteis, como serpentes e lagartos, trocam periodicamente a camada epidérmica mais externa, o que permite o seu crescimento.










·         Sistema Esquelético:

Sistema semelhante ao dos outros tetrápodes. Algumas diferenças devem-se ao fato dos diferentes habitats que certas espécies possuem, ou seja, esqueleto varia de acordo com a adaptação de certo réptil em determinado ambiente.

No mais, o esqueleto é completamente ossificado, e há a presença de costelas e esterno (caixa torácica), crânio com um côndilo occipital.

Por fim, vale ressaltar que alguns indivíduos, como as cobras, não possuem esqueleto apendicular (no entanto, há evidencias que seus ancestrais possuíam pernas e que estas foram perdidas ao longo da evolução) e, com a falta do osso esterno, as costelas são flutuantes permitindo-lhes alargar o corpo ficando com um diâmetro muito maior no momento em que estão engolindo alguma presa (adaptação para se alimentarem). Os quelônios (tartarugas, jabutis e cágados), por outro lado, têm as costelas fundidas á carapaça óssea protetora.




















·         Sistema Digestório:

Sistema digestório completo com a digestão extracelular.

A organização deste se assemelha, e muito, à dos anfíbios em geral.

A maioria desse animais é carnívora e se alimenta de diversos tipos de grandes ou pequenos animais, incluindo artrópodes, por exemplo.

Alguns indivíduos, por outro lado, são herbívoros, como o caso de algumas espécies de cágado, tartaruga e lagarto.

Para matarem suas presas, os jacarés usam a grande força de seus músculos, particularmente da cauda; as cobras usam veneno; os lagartos, que, em geral, não têm dentes, usam a língua para capturar insetos.

O intestino desses animais termina numa cloaca.







·         Sistema Respiratório:

Todos eles têm respiração exclusivamente pulmonar, o que acontece mesmo nas espécies aquáticas, com as tartarugas que, por isso, precisam vir à superfície de tempos em tempos para poder respirar.

Pulmão à parenquimatoso à tem um bom número de dobras à utilizam os músculos do tórax e abdome para ajudar na respiração.



·         Sistema Circulatório:

Sistema circulatório fechado.

Os répteis têm dupla circulação sanguínea. Coração composto pro dois átrios e um ventrículo em répteis não crocodilianos e dois átrios e dois ventrículos nos répteis crocodilianos. Então, coração com 3 ou 4 cavidades, dependendo do grupo e da espécie.

O ventrículo cardíaco da maioria dos répteis não crocodilianos apresenta dois septos musculares incompletos – um horizontal e outro vertical – que delimitam três compartimentos ventriculares denominados: cavidade pulmonar, cavidade arteriosa e cavidade venosa.

Em répteis crocodilianos, a separação entre os lados direito e esquerdo do ventrículo é completa e seu coração tem quatro câmaras cardíacas. Do ventrículo esquerdo parte a aorta direita, assim chamada por estas voltada para o lado direito do corpo: ela conduz sangue oxigenado para a cabeça e para a região posterior do corpo. Do ventrículo direito, no entanto, partem dois grandes vasos: a artéria pulmonar, que leva sangue desoxigenado aos pulmões, e a artéria esquerda (voltada para o lado esquerdo do corpo), que pode levar sangue desoxigenado para a região posterior do corpo. Um duto, denominado forâmen de Panizza, comunica as artérias direita e esquerda e permite a passagem de sangue arterial da primeira para a segunda. Essa passagem de sangue acontece comente em situações de apneira, como ocorre duramente o mergulho, para que o metabolismo desses animais não gaste tanto oxigênio e os permita permanecer embaixo d’água por tempo necessário.



·         Sistema Excretor:

A excreção deles é realizada por um par de rins metanéfricos (mais evoluído).

Em alguns répteis, a urina produzida nos rins é conduzida pelos ureteres diretamente para a cloaca. Em outros, é armazenada em uma bexiga urinária antes de ser lançada na cloaca e eliminada.

Resíduo nitrogenado excretado: ácido úrico. Isso representa, então, a economia de água por parte desses animais, sendo, então mais uma adaptação ao ambiente terrestre, já que, caso excretassem uma substância solúvel em água, seria necessário grande quantidade de água para eliminá-la.

Adaptação ao meio à muitos répteis reabsorvem parte da água da urina enquanto ela está armazenada na cloaca. Nesses casos, o ácido úrico concentra-se a ponto de formar uma pasta esbranquiçada, semissólida, eliminada com as fezes.

Àcido úrico à também encontrado dentro dos ovos, no alantóide, até o nascimento do filhote, o que representa mais uma adaptação ao desenvolvimento embrionário em terra firme.



·         Sistema nervoso e sentidos:

Presença de pálpebra, glândulas lacrimais que protegem e limpam os olhos e membrana nictitante (fecha na horizontal).

Visão muito boa e o olfato é excepcionalmente bem desenvolvido.

Têm doze pares de nervos cranianos; lobos ópticos nos lados dorsais do cérebro.

As serpentes, por exemplo, têm um órgão olfativo especial no teto da boca, o órgão de Jacobson, que lhes permite o equivalente a “sentir o gosto no ar”.  O comportamento característico das serpentes de colocar continuamente a língua bifurcada para dentro e para fora da boca, permite captar moléculas presente no ar e levá-las ao órgão de Jacobson, que identifica as substâncias captadas.











·         Reprodução:

Dióicos (sexos separados) com fecundação interna e desenvolvimento direto (sem estágio larval).

Algumas espécies de lagartos são constituídas apenas por fêmeas que se reproduzem por partenogênese, processo em que o óvulo se desenvolve sem que ocorra fecundação.

Os machos são dotados de um órgão copulador, o pênis, com o qual introduzem os espermatozóides na cloaca da fêmea durante a cópula.

Podem ser:

- Ovovivíparas: embrião se desenvolve dentro de um ovo alojado dentro do corpo da mãe;

- Ovíparos: embrião se desenvolve dentro de um ovo em ambiente externo. O chamado Ovo Amniótico – alantoidiano.

Os ovos, no geral, como os ovos das aves, contêm água e alimento suficientes para todo o desenvolvimento embrionário. As trocas do embrião com o ambiente restringem-se aos gases respiratórios, que se difundem através dos envoltórios do ovo.


OVO Amniótico – alantoidiano

Ø  Anexos embrionários e composição

Âmnio: Uma bolsa cheia de líquido que envolve o embrião e o protege da dessecação e de eventuais choques mecânicos;

Saco vitelínico: Uma bolsa ligada ao sistema digestório do embrião que envolve o vitelo, retirando dele componentes nutritivos e transferindo-os para os vasos sanguíneos do embrião. Reserva alimentar, com lipoproteínas, vitaminas e colesterol.

Alantóide: Bolsa ligada ao intestino do embrião e que tem como função armazenar as excreções por este durante seu desenvolvimento. Depósito de resíduos do metabolismo; responsável pelas trocas gasosas do embrião com o meio e mobiliza o cálcio da casca para o desenvolvimento dos ossos do embrião.

Cório ou córion:  É uma proteção para o saco vitelínico e para o embrião. As vilosidades coriônicas invadem o endométrio e permitem a transferência de nutrientes do sangue materno para o feto. Além disso, o córion une-se com o alantóide (nas aves e nos répteis) para formar o alantocórion com função respiratória (promove trocas gasosas do feto com o meio). Nos répteis e nas aves o córion se localiza logo abaixo da casca (trocas gasosas) e nos mamíferos faz parte da placenta e também esta envolvido com a remoção e acúmulo de resíduos do metabolismo.

(fragmento retirado de https://segundocientista.blogspot.com/search?q=aves).

Casca do ovo e membrana da casa: Proteção contra impacto e desidratação (evitam perda de água), e também serve de fonte de cálcio ao embrião, como já dito (formação dos ossos).

Câmara de ar: reserva de ar ao embrião.










CLASSIFICAÇÕES

a) Crocodilianos (Crocodilia)

·         Compreendem os jacarés, os crocodilos, os aligatores e os gaviais. São animais com grandes dentes e corpo alongado revestido por placas córneas.

·         Os crocodilos e jacarés atuais, junto com as aves, são os únicos representantes da linhagem Archosauria que teve grande erradicação no Mesozóico (245 milhões anos), a era dos Dinossauros;  

·         Pouca variação no plano corporal dos crocodilos desde o período Cretáceo (144 milhões anos);  

·         As espécies apresentam adaptações à vida semi-aquática;

·         Corpo alongado, robusto, com esqueleto rígido e crânio com mandíbulas potentes;  

·         Ovíparos, com cuidado parental;  

·         Temperatura da incubação determina o sexo dos juvenis;  

·         Coração completamente dividido (4 câmaras)




b) Quelônios (Chelonia)

·         Reúnem as tartarugas, os cágados e os jabutis. Possuem uma Carapaça no dorso (soldado à coluna vertebral) e um plastrão na região ventral (crescimento do externo). Não possuem dentes, mas sim, um bico córneo queratinizado

·         Aparecem no registro fóssil de 200 milhões de anos atrás. As atuais apresentam poucas modificações.

·         A carapaça é fundida às vértebras e costelas e o casco formado por ossos de origem dérmica recoberto por escudos epidérmicos que não coincidem entre si;

·         Não apresenta diafragma e a carapaça dificulta o ar Þ a expansão do peito para a respiração entra pela pressão negativa (contração dos músculos);

·         Pouca sensibilidade auditiva, mas os sentidos para odor, visão e percepção de cores são bem aguçados;

·         Sexos separados e ovíparos. Sem cuidado paternal. Em algumas famílias, a temperatura da incubação dos ovos determina o sexo dos filhotes à ovos deixados no solo (espécie de “tocas” na areia).















c) Escamados (Squamata)

·         Esses animais têm a pele recoberta por escamas e dividem-se em dois grupos menores: lacertílios (lagartos, camaleões e lagartixas) e os Ofídios (Serpentes);

·         Lacerdillia:

Ø  Diversificado. Representantes à lagartos, lagartixas, iguanas e camaleões;

Ø  Insetívoros;

Ø  Órgãos sensoriais principais: visão e olfato;

Ø  Controle da perda d’água (pele quase sem glândulas, urina semi-sólida - ácido úrico);

Ø  Controle de temperatura comportamental;













·         Serpentes:

Ø  Desprovidas de cinturas e membros (cinturas vestigiais em algumas famílias);

Ø  Corpo alongado com muitas vértebras, com grande mobilidade (permite movimento ondulatório);

Ø  Crânio cinético, com articulações presas por músculos e ligamentos, que permite ampla abertura para ingestão de presas grandes;

Ø  Modificação da abertura da glote para permitir respiração durante deglutição;

Ø  Olhos protegidos por membrana transparente, reduzido movimento da pupila;

Ø  Maioria: ovíparas (tb vivíparas e ovovivíparas);

Ø  Pele revestida por escamas;

Ø  Audição fraca, visão binocular e olfato muito apurados. Sensibilidade para captar vibrações;

Ø  Língua bífida e protátil, com receptores olfativos, em contato com órgão de Jacobson (duas câmaras sensitivas que se abrem no palato);

Ø  Algumas espécies apresentam fosseta loreal, órgão termorreceptor localizado entre o olho e a narina; (Sensibilidade de aproximadamente 0,003°C);

Ø  Presença de peçonha em algumas espécies (10%).









d) Esfenodontes (Sphenodonta) – ordem Rhynocephalia

·         Apenas duas espécies atuais (Tuataras da Nova Zelândia);

·         Como se fossem os “dinossauros da atualidade”, já que são muito semelhantes aos seus ancestrais.






EXTRA

Serpentes peçonhentas x Serpentes não-peçonhentas



CURIOSIDADE

Os dinossauros, pertencentes à superordem Dinosauria (grupo de animais saurópsidos que apareceram durante o período Cretáceo, há cerca de 230-240 milhões de anos) pertenceram à classe dos répteis. 

O Brasil é o quarto país do mundo com o maior número de espécies de répteis. 

Herpetologia é o ramo da biologia que estuda os répteis.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
https://www.biologianet.com/zoologia/repteis.htm#:~:text=Eles%20s%C3%A3o%20os%20%C3%BAnicos%20r%C3%A9pteis,)%20e%20lagartos%20(lacert%C3%ADlios).
https://www.todamateria.com.br/repteis/
https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos3/Repteis.php
https://escola.britannica.com.br/artigo/crocodilo/481080
https://br.pinterest.com/pin/356769601715993134/
https://segundocientista.blogspot.com/search?q=r%C3%A9pteis
https://blogbio1.webnode.com/
Livro didático e aulas ministradas pela disciplona de Biologia do CMPA.

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