Reino Metazoa - Filo Chordata - Superclasse Pisces

 


SUPERCLASSE PISCES: PEIXES CARTILAGINOSOS E PEIXES ÓSSEOS




O grupo dos peixes é considerado um dos mais belos e diversificados de todo o reino animal. Formatos, cores, enfim, características diversas diferenciam as mais diversas espécies de peixes ao redor do globo terrestre. Existem espécies específicas de cada região do mundo, já catalogadas, e, também, aquelas não catalogadas.

O mundo marinho, muito belo, é um mundo “ornamental” e totalmente magnífico. Tanto a superfície quanto as profundezas deste são ricas em variedades de espécies de peixes. Muitas delas, como já dito, não são catalogadas... Cientistas, então, buscam intensamente descobri-las para que a humanidade entenda um pouco mais sobre o passado e suas origens.

Os peixes vivem nas águas salgadas dos mares e oceanos e água doce dos rios, e lagos. Provavelmente, foram os primeiros vertebrados a surgir na Terra, eram pequenos, sem mandíbula, tinham coluna vertebral cartilaginosa e uma carapaça revestindo seus corpos. Ao longo da evolução, houve uma série de adaptações que permitiram aos peixes melhores condições de sobrevivência em seu habitat. 

Atualmente, muitas pessoas atribuem o termo “peixe” a qualquer indivíduo aquático que possui um corpo aerodinâmico, com barbatanas e brânquias. Outras, por sua vez, atribuem tal termo a certos animais apenas pelo fato de estes viverem na água, seja ela doce seja ela salgada, como o caso das medusas, por exemplo. Tais “catalogações” sem base são altamente errôneas, já que a referida superclasse possui peculiaridades, características próprias e subdivisões que a determinam, como verão a seguir.

Tradicionalmente os peixes são divididos em dois grupos, ambos pertencentes ao grupo dos Gnathostomata, isto é, craniados com mandíbula:


CHONDRICHTHYES: Peixes com esqueleto cartilaginosos. ex.: tubarões, raias e quimeras.
OSTEICHTHYES: Peixes com esqueleto ósseos, como por ex.: bacalhau, sardinhas, atum, salmão, garoupa.

A mandíbula, como demonstrado no tópico “CURIOSIDADE” da publicação referente ao grupo dos agnatha, surgiu a partir desse mesmo grupo. Os peixes cartilaginosos/ósseos, “derivados a partir do grupo dos “peixes” sem mandíbula, prevaleceram no ambiente aquático, já que, com essa nova estrutura, estavam e ainda estão mais aptos para se alimentarem e suprirem suas necessidades metabólicas.

 

CARACTERÍSTICAS GERAIS

·         Bilaterais;


·         Triblásticos, Deuterostômios, Enterocelomados;

·         Notocorda: origina a coluna vertebral nos peixes;






·         Tubo neural dorsal oco: proporciona o surgimento do sistema nervoso central e periférico;



·         Fendas faringeanas: nos peixes, as fendas faringianas se desenvolvem na forma dos arcos branquiais, que formam a mandíbula e o arco hioide, responsável por suspender a mandíbula, a ligando ao crânio, com o restante dos arcos cumprindo a sua função regular de sustentar as brânquias dos peixes (sustentação adequada e muito eficiente, o que os ajuda a sobreviver melhor, por assim dizer, que os ágnatos, já que têm mais opções de alimentos por conta dessas novas estruturas). As aberturas das brânquias para o meio aquático externo, nos peixes cartilaginosos, fica diretamente exposta, enquanto, nos peixes ósseos, são recobertas por uma placa óssea, o opérculo.






·         Coração ventral: se encontra na face ventral do corpo dos peixes;


·         Cauda pós-anal: mantida após a fase embrionária, adquirindo a função de locomoção dos animais marinhos;

·         Músculos segmentares: estes músculos, por serem “fibrosos” e armazenarem mais sangue e, consequentemente, energia, promovem mais rapidez e eficiência ao nado/ à locomoção dos peixes;


·         Ainda apresentam um epitélio de revestimento com escamas e glândulas mucosas;  







·         Esqueleto de origem mesodérmica que pode ser cartilaginoso ou ósseo;

·         Apresentam crânio e mandíbulas;

·         Apresentam temperatura variando com o meio, sendo pecilotérmicos ou heterotérmicos;

·         Respiração branquial ou pulmonar;

·         Podem regular sua densidade para submergir  ou emergir na coluna d'água. Nos condrictes a regulação da densidade se dá pela acumulação de óleo no fígado, enquanto que nos osteíctes a regulação da densidade se da através do acumulo de gases na vesícula natatória;

·         Livres ou não protegidas nos peixes cartilaginosos;

·         Brânquias protegidas por opérculo: peixes ósseos;

·         Boca: ventral ou sub-terminal nos peixes cartilaginosos e anterior ou terminal nos peixes ósseos.

CLASSIFICAÇÕES

a) CHONDRICHTHYES (peixes cartilaginosos)

·         Divido em 2 grupos: Elasnobrânquios (tubarões, cações e arraias) e holocéfalos (quimeras);

·         Possuem esqueleto cartilaginoso, assim como os ágnatos, no entanto, existem significativas diferenças, começando pelos “anexos” do corpo, como: crânio, mandíbula e vértebras (essas de cartilagem, majoritariamente) desenvolvidas consideravelmente. Além disso, ressalta-se que tal esqueleto possua, em certos níveis (dependendo da espécie de peixe), graus de calcificação. Ou seja, além do “tecido cartilaginoso”, eles possuem certos componentes que promovem determinada rigidez e durabilidade aos seus corpos que, inclusive, auxiliam na locomoção (movimentos de propulsão);

·         Os elasmobrânquios possuem escamas placoides como revestimento corporal. Estas escamas atribuem eficiente aerodinâmica a esses animais, proporcionando maior rapidez aos mesmos. Parece que eles “deslizam” no oceano, adquirindo velocidades consideráveis que auxiliam na captura de alimento e na fuga de predadores. Ou seja, é muito bom tê-las.

Além disso, elas estão situadas na epiderme desses animais, mas projetadas na derme, fazendo com que possuam extrema resistência. A projeção em forma de espinho dessas escamas é voltada para a parte posterior do corpo deles, atribuindo, novamente, mais aerodinâmica eficiência ao nado desses peixes (reduz enormemente o arrasto da água sobre o corpo do peixe);




·         Voltando ao esqueleto, ele, totalmente cartilaginoso, compõe-se de um crânio, que forma a caixa craniana e os suportes da mandíbula e dos arcos branquiais; de uma coluna vertebral, constituída por vértebras com um centro vertebral maciço e um arco neural onde se localiza a medula espinhal (“restos da notocorda” persistem nos espaços entre as vértebras); e, por elementos de sustentação dos apêndices corporais, as nadadeiras;











·          Tubarões e cações têm 2 nadadeiras dorsais e 2 pares de nadadeiras ventrais (nadadeiras peitorais e pélvicas). Há também uma nadadeira caudal achatada lateralmente e assimétrica, com a parte superior maior que a inferior, chamada de heterocerca. Tais nadadeiras, aliadas à musculatura poderosa e a uma pele adaptada para não sofrer resistência da água, como já dito, permitem que estes animais nadem com muita rapidez;







·         Sistema digestório:

À boca, em posição ventral, segues-se a faringe; desta o alimento passa para um esôfago curto, que leva ao estômago, onde tem início a digestão. A massa alimentar passa para o intestino, com a estrutura chamada válvula espiral (como nos ágnatos). Essa válvula proporciona mais eficiência na hora da digestão, pois, diminuindo o tempo de deslocamento do alimento no trato digestório, faz com que o corpo do animai absorva mais nutrientes.

Possuem glândulas digestivas acessórias: fígado e pâncreas.

Digestão extracelular.

A porção terminal do intestino desemboca na cloaca, onde também se abrem os condutos do sistema reprodutor e urinário. Abertura próxima à cauda do animal.




·         Respiração/circulação/excreção:

Faringe apresenta de 5 a 7 fendas branquiais laterais. Um par de fendas faringianas modificadas no curso do desenvolvimento embrionário forma canais de comunicação entre a faringe e o meio externo, os espiráculos.





Brânquias: órgãos altamente vascularizados que se originam di revestimento dos arcos entre as fendas faringianas do embrião. O animai respira continuamente pela boca para forçar o ar para dentro das mencionadas fendas, o que permite as trocas gasosas entre a água e o sangue que circula nas brânquias. Este possui as hemácias (células vermelhas que carregam oxigênio pelo sangue).

Sistema circulatório fechado, com artérias, veias e capilares sanguíneos ligados a um coração ventral (com 1 seio venoso, 1 átrio, 1 ventrículo e 1 cone arterial).

 Ø  O sangue circula dentro de um circuito (o mesmo dos peixes ósseos):

Ventrículo cardíaco à cone arterial à aorta ventral à brânquias à aorta dorsal à tecidos corporais à veias à seio venoso à átrio cardíaco à ventrículo cardíaco.

 




Porém, esse sistema possui um problema. Como as suas brânquias estão diretamente expostas à água do mar, há um problema osmótico. A água do mar tem concentração salina cerca de 3 vezes maior que a concentração salina do sangue. Para não perderem água do sangue e desidratarem-se, os peixes cartilaginosos mantêm alta concentração de uréia no sangue, em torno de 2,5%, muito maior que a dos demais peixes craniados, de 0,02%. Essa adaptação propicia a esses animais um ambiente corporal interno praticamente isotônico em relação à água do mar, não perdendo água ao meio externo.

 O sistema excretor dos condrictes é constituído por um par de rins alongados e finos. Eles filtram do sangue as excreções nitrogenadas e outros resíduos metabólicos, principalmente a uréia, eliminando-os na urina, esta que sai através da cloaca.

 


·         Sistema nervoso e sentidos:

Possuem sistema bem desenvolvido, constituído pelo encéfalo e pela medula espinhal (sistema nervoso central0 e por nervos e gânglios nervosos (sistema nervoso periférico).

O encéfalo é complexo, com regiões bem diferenciadas e altamente especializadas (lobos olfativos, hemisférios cerebrais, diencéfalo, etc.). Nas diversas regiões do encéfalo são processadas informações captadas pelos órgãos dos sentidos, trazidas pelos nervos/medula espinhal.

Os Lobos Olfativos são muito desenvolvidos e são as áreas encefálicas responsáveis pela percepção dos cheiros. Também apresentam 2 Narinas, com quimiorreceptores em seu interior.

Eles possuem também 2 finos canais ao longo das laterais do corpo, chamados de Linhas Laterais, nos quais há aberturas por onde penetra a água do mar. Dentro dos canais há células sensoriais capazes de detectar variações de pressão na água, permitindo que esses animais percebam movimentos na água ao redor.



Além disso, na cabeça desses peixes há canais sensitivos que terminam nas Ampolas de Lorenzini, nas quais há células sensoriais que captam as fracas correntes elétricas geradas pela atividade dos músculos de outros animais. Esse grande arsenal de receptores químicos, elétricos e mecânicos ajudam-nos as entender o quão poderosos e adaptados ao mundo marinho estão os Tubarões, por exemplo, que conseguem identificar suas vítimas a quilômetros de distância por meio desses artifícios de percepção.






·         Reprodução:

São dióicos, têm reprodução sexuada, apresentam fecundação interna com desenvolvimento direto (sem estágio larval).

Machos apresentam os cláspers, órgãos copuladores formados por diferenciações das nadadeiras pélvicas. Com essas estruturas eles introduzem esperma na cloaca da fêmea.

Há espécies vivíparas, ovíparas e ovovivíparas. 

 








·         Classificações dentro do grupo:

a) Elasmobrânquios

- Tubarões:

 









- Arraias:







 

b) Holocéfalos

- Quimeras:







b) OSTEICHTHYES (peixes ósseos)

·         Grupo diversificado, com espécies vivendo em lagos, córregos, rios e oceanos, nas mais diversas regiões do globo;

·         Certos representantes podem ser encontrados, inclusive, em “habitats” extremos, com temperaturas extremamente altas e baixas (nesses casos, os peixes de água fria possuem anticongelantes em seu sangue);

·         São divididos em 2 grupos: actinopterígios (Actinopterygii), peixes com nadadeiras radiais; e, sarcopterígios (Sarcopterygii), peixes dotados de nadadeiras carnosas com sustentação óssea;

·         Esqueleto e nadadeiras: Esqueleto constituído basicamente por ossos.

Dividido em: crânio, coluna vertebral e nadadeiras.

Coluna formada por vértebras articuladas, constituídas por uma região central compacta e por um anel dorsal onde se aloja a medula espinhal.

Vértebras do tronco com projeções: costelas (envolvem a região abdominal e protegem os órgãos internos de impactos/choques mecânicos).













Possuem nadadeiras ventrais pares, sendo um par peitoral e outro pélvico. Eles também têm duas nadadeiras dorsais (uma ventral anal e outra caudal). Essas nadadeiras são diferenciadas de espécie para espécie, nos levando perceber o acervo imenso de variedades de beleza de formato existente no mundo aquático.














·         Pele dos peixes: na pele desses animais, conseguimos encontrar glândulas que produzem veneno (em algumas espécies) e outras substâncias. Mas o mais notável destes é a variedade de formato e coloração de escamas presentes nesses animais, com uma espécie possuindo a sua característica escama.

Muco e escamas à o muco, secretado por glândulas mucosas, tem 2 funções: facilitar o deslocamento na água e proteger o corpo da entrada de bactérias e agentes patogênico. As escamas atuam para melhorar o deslocamento na água e, por serem impermeáveis, dificulta a saída de sais para do corpo do peixe. Alem disso, também podem atuar contra predadores.



·         Sistema digestório:

Sistema digestório completo.

Boca na extremidade anterior do corpo.

Estrutura do tubo digestivo dos peixes ósseos é semelhante às dos peixes cartilaginosos, embora não haja a válvula espiral.

Após o estômago, há cecos pilóricos, que aumentam a área intestinal de contato com o alimento.

Fígado bem desenvolvido e participa da digestão produzindo bile, que auxilia na digestão de gorduras.







·         Sistema respiratório:

Branquial (brânquias filamentosas ricas em vasos sanguíneos localizadas nos arcos entre as fendas branquiais). As brânquias são protegidas pelo opérculo, cobertura de osso móvel.





O suprimento de O2 e a remoção de CO2 do sangue são garantidos pela circulação permanente de água entre os filamentos branquiais.

·         Natação e flutuabilidade: a bexiga natatória

A bexiga natatória é uma bolsa interna de parede flexível cheia de gás. É um mecanismo muito interessante, semelhante, por assim dizer, ao dos submarinos da atualidade. Essa bolsa controla a flutuação do peixe, permitindo que ele se mantenha em diferentes profundidades, subindo ou descendo sem tanto esforço.

A parede da bexiga natatória tem poucos vasos sanguíneos e é revestida por cristas de guanina (impermeável a gases). Na maioria dos peixes ela é totalmente fechada (à fisoclistos), mas, em algumas espécies, ela pode estar ligada à faringe por meio do ducto pneumático (à são os peixes filóstomos).






Peixe mergulhando: a água exerce pressão sobre ele, comprimindo o gás da bexiga natatória e fazendo com que seu corpo torne-se mais denso e ele afunda;

Peixe nadando em direção á superfície: pressão da água ao redor diminui, a bexiga expande-se e o peixe fica menos denso, tendendo a flutuar até a superfície da água.

Em algumas espécies de peixe (água doce principalmente), a bexiga natatória conecta-se ao labirinto da orelha interna à animal tem uma percepção muito boa a respeito da pressão do meio e, consequentemente, da profundidade.




·         Sistema circulatório e Excretor:

Sistema circulatório fechado.

Estruturas: artérias, veias, capilares sanguíneos e coração (com seio venoso, 1 átrio, 1 ventrículo e 1 bulbo arterioso).

Os órgãos excretores são um par de rins localizados na parte superior da cavidade abdominal, acima da bexiga natatória. Os rins retiram excreções nitrogenadas e outros resíduos metabólicos do sangue, principalmente a amônia, eliminando-as na urina. Esta é conduzida por ureteres até um poro excretor perto do ânus (não têm cloaca). No entanto, parte das excreções também é eliminada pelas brânquias.



·         Sistema nervoso e sentidos:

Sistema nervoso muito bem desenvolvido.

Encéfalo originado da parte anterior do tubo nervoso e possui regiões diferenciadas de tamanho e complexidade que variam nos diversos grupos de craniados. As informações captadas pelos órgãos dos sentidos, trazidas por nervos até a medula espinhal e o encéfalo, são processadas no encéfalo.

Medula espinhal à porção tubular do tubo nervoso, percorre o dorso dos animais e é muito desenvolvida, além de ser protegida pela coluna vertebral. Recebe informações dos órgãos dos sentidos e por células sensoriais (também possuem a linha lateral que identifica as perturbações no meio ao redor) e transmite instruções de ação aos músculos e glândulas.

Olfato desenvolvido (por conta do encéfalo) à possuem quimiorreceptores.



·         Reprodução:

São dióicos e a maioria tem a fecundação externa, geralmente precedida de complexos rituais de corte nupcial.

O desenvolvimento pode ser direto ou indireto e o cuidado com a prole varia de acordo com a espécie de peixe (algumas abandonam os ovos logo após a postura, enquanto outras os protegem até que os filhotes nasçam ou durante certo tempo após o nascimento).







Referências Bibliográficas:

https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos3/Peixes.php

https://www.todamateria.com.br/peixes/

https://brasilescola.uol.com.br/biologia/peixes.htm

https://www.biologianet.com/zoologia/peixes.htm

https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/peixes-cartilaginosos-condrictes.htm

https://www.preparaenem.com/biologia/condrictes.htm

https://www.infoescola.com/peixes/tubarao/

https://segundocientista.blogspot.com/search?q=pisces

Livro didático e aulas ministradas pela disciplina de Biologia do CMPA.



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